Polícia instaura inquérito para investigar estudantes de medicina por atos obscenos em jogo feminino

Caso ocorreu durante os jogos universitários e causou revolta nas redes sociais

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A Polícia Civil instaurou um inquérito nesta segunda-feira (18) para identificar os estudantes de medicina da Universidade de Santo Amaro suspeitos de praticarem atos obscenos - crime com pena prevista de três meses a um ano de prisão - durante os jogos universitários, entre os dias 28 de abril e 1º de maio. As autoridades tomaram conhecimento do caso após as cenas viralizarem nas redes sociais e na imprensa.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o inquérito foi instaurado na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) do interior paulista horas depois do caso ser disseminado na web, e ''requisições serão enviadas às universidades envolvidas e à Secretaria de Esportes da Prefeitura Municipal de São Carlos''.

A polícia apurou que cerca de 20 estudantes do time de futsal masculino da Unisa (Universidade Santo Amaro) invadiram a quadra da competição de vôlei feminino após o time de sua universidade vencer o duelo contra a São Camilo e, então, ''passaram a desfilar nus'' pelo local. O episódio foi apelidado pelos alunos de ''punhetaço'' e causou revolta geral nas redes sociais.

Um outro grupo de aproximadamente 15 alunos da São Camilo, adversária da Unisa, também foram filmados com as calças abaixadas dentro da quadra e exibindo as nádegas em direção aos estudantes rivais.

- Nos vídeos que circulam na internet, é possível ver o grupo mostrar as genitálias e, na sequência, fazer atos obscenos voltados para a quadra. Por conta do ocorrido, a Polícia Civil determinou o registou um boletim de ocorrência na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos e enviará requisições às universidades envolvidas e à Secretaria de Esportes da Prefeitura Municipal de São Carlos -, diz um trecho da nota da Polícia.

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Sob condição de anonimato, alunos responderam ao contato do 'UOL' e negaram o ato de masturbação e afirmaram que estavam ''tapando os respectivos órgãos com as mãos''.

O artigo 233 do Código Penal proíbe a prática do ''ato obsceno em lugar público ou aberto ou exposto ao público''. A pena prevista para este tipo de crime é de até um ano de reclusão ou multa.

O Ministério das Mulheres e a União Nacional dos Estudantes (UNE) se manifestaram e repudiaram o episódio. Já a Atlético de Medicina de Santo Amaro (Associação Atlética Acadêmica José Douglas Dallora) emitiu uma nota oficial e afirmou que passará por reunião com a Unisa para abordar o assunto. Garantiu, ainda, que passará a expulsar de seu quadro de integrantes que repitam o ato.

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TRECHOS DA NOTA

"A Associação Atlética Acadêmica José Douglas Dallora (A.A.A.J.D.D.) vem, por meio desta, manifestar-se oficialmente sobre o episódio que tem circulado nas redes sociais, com apontamento para a Intermed (realizada entre os dias 2 a 9 de setembro de 2023).

(...) Não toleramos ou compactuamos com qualquer ato de abuso ou discriminatório. Assim, atletas, torcedores, equipe técnica e todos os envolvidos em nossas competições e eventos são, por nós, incentivados sempre a terem comportamentos pautados em princípios éticos e sociais em que prevaleçam o respeito, a inclusão e igualdade. Reiteramos o compromisso exclusivo com o esporte e seu incentivo dentro do ambiente acadêmico, por acreditar que o mesmo é fundamental para a saúde e o desenvolvimento do atleta."

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