Quem começou a chamar Pelé de Rei e como a França ajudou a difundir o ‘título real’

Brasileiro foi reconhecido como majestade do futebol no mundo inteiro

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A morte de Pelé abalou o mundo esportivo. O Rei do Futebol não era tratado como majestade apenas no Brasil, muito pelo contrário. Chamado dessa forma pela primeira vez pelo brasileiro Nélson Rodrigues, o título real foi difundido ao redor do planeta através da idolatria dos franceses.

Em 8 de março de 1958, Rodrigues escreveu uma crônica, publicada na revista "Manchete Esportiva", intitulada "A realeza de Pelé". O jornalista ficou impressionado com uma exibição do jogador contra o América-RJ. Aos 17 anos, ele marcou quatro gols na vitória do Santos por 5 a 3.

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- Dir-se-ia um rei, não sei se Lear, se imperador Jones, se etíope. Racialmente perfeito, do seu peito parecem pender mantos invisíveis. Em suma: ponham-no em qualquer rancho e a sua majestade dinástica há de ofuscar toda a corte em derredor. O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma - escreveu.

Ainda em 1958, após uma exibição de gala de Pelé durante a Copa do Mundo, os franceses adotariam de vez o apelido de Rei. E não a toa. Na ocasião, o Brasil eliminou a França na semifinal com uma vitória por 5 a 3 e três gols do craque. Aos 17 anos, ele entregou uma das grandes exibições da história do futebol.

Pelé durante a Copa do Mundo de 1958, na Suécia (Foto: Reprodução)

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O próprio Pelé admitia que os franceses foram os primeiros a reconhecê-lo como o Rei do Futebol, como contou em entrevista à Rádio França Internacional (RFI). 

- Desde o início da minha carreira, que eu tenho grandes homenagens aqui (na França). Primeiro, foi depois da Copa do Mundo (de 1958), que foi o apelido de Rei Pelé. Passado algum tempo, veio o 'Atleta do Século'. E viva o Brasil, que o francês gosta tanto da gente. Então esse é o meu carinho pelo povo francês - falou.

O título real rapidamente ganhou o mundo. E a repercussão internacional de sua morte é prova disso. As capas de alguns dos jornais mais importantes do planeta falaram da morte não de Pelé, mas do Rei. 

- Vida longa ao Rei - escreveu o "Daily Herald", da Inglaterra.

- Pelé, ele foi um rei - publicou o "L'Équipe", da França.

- O Rei - imprimiu o "Diario AS", da Espanha.

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Durante a carreira, Pelé fez jus ao apelido de Rei do Futebol conquistado ainda adolescente. Em 1364 jogos, marcou 1282 gols, venceu a Copa do Mundo três vezes, além de colecionar seis Campeonatos Brasileiros, duas Libertadores e tantos outros títulos.

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