‘Redação SporTV’ debate ato político de atleta do vôlei e Barreto questiona: ‘E se fosse Globo lixo?’
Apresentador Marcelo Barreto levantou pergunta de internauta sobre atitudes de jogadores: 'Ali é um direito de manifestação mesmo que envolva a emissora transmitindo?
O programa "Redação SporTV" debateu, na manhã desta segunda-feira, o caso de uma atleta do vôlei de praia que fez manifestações políticas após uma partida, neste domingo. Os comentaristas Eduardo Mansur e Arthur Dapieve, além do apresentador Marcelo Barreto, discutiram sobre o espaço de crítica social no esporte.
- Como reagiríamos se um atleta fosse para o pódio e diz "A Globo é um lixo e o Bolsonaro tem razão", por exemplo? - disse o apresentador, comparando a suposição com um grito de "Fora, Bolsonaro", como foi o caso da atleta de vôlei.
- Estou aqui só fazendo provocações. (...) Ou então se fosse "Fora, Globo"? Entender que ali é um direito de manifestação política mesmo que envolva a emissora que está transmitindo aquele evento? Que está dando espaço para aquele atleta falar? - comentou Barreto.
Para Dapieve, caso atitudes com essa apontadas por Barreto contra a emissora vierem a acontecer, o máximo que a Globo poderia fazer é entender que faz parte do jogo democrático e escrever uma nota para seu público.
- O evento ao vivo foge do controle, as coisas acontecem. Jogador levanta a camisa, cara peladão correndo... Se eles se manifestam, seria o caso da Rede Globo manifestar dizendo que lamenta e tomar muito cuidado com essa nota de lamento, se for necessário - afirmou o jornalista.
Outro ponto criticado pelos jornalista seria uma possível punição à Carol Solberg por parte da patrocinadora Banco do Brasil. Por ser uma instituição pública, alguns dirigentes teriam se irritado com a manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro. Para Mansur, a atitude da jogadora faz parte da liberdade de expressão, e não deveria ser punida. por "dirigentes temporários".
- Quanto mais a gente colocar na agenda a manifestação do atleta, talvez, naturalmente, pela ampliação do debate, chegaremos a fronteira do limite do que é aceitável ou não aceitável dentro um evento esportivo - disse ele, tratando o tema como um tabu.
Ainda no programa, Barreto abriu o assunto sobre manifestações por direitos sociais ou políticos, mas indicou que o tema é frágil pelo espaço aos discursos de ódio.
- Imaginei um atleta do Irã dizendo que não reconhece o estado de Israel, por exemplo. Talvez seja um posicionamento só político. Mas, um internauta nos fez uma provocação que nos envolve: "Acredito que expressar-se tal como os jogadores de basquete e o Lewis Hamilton, na F1, está legal, mas você pega um que grite 'Fora, Supremo" (em referência ao Supremo Tribunal brasileiro). "Fora, Supremo" fere as liberdades democráticas - apontou ele, antes de comentar o caso "Globo lixo".
No domingo, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) repudiou a atitude de Carol Solberg, que declarou "Fora, Bolsonaro" após a conquista do bronze na primeira etapa da temporada do Circuito Brasileiro de vôlei de praia, transmitida ao vivo no SporTV, ao lado de Talita.