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DOIS INGLESES NO PÓDIO NA INGLATERRA. MAS NO LUGAR MAIS ALTO, VOCÊ SABE QUEM…

Luiz Gustavo Bichara analisa a vitória de Verstappen pela 5ª vez consecutiva

Verstappen
imagem cameraMax Verstappen no pódio da Fórmula 1 (Foto: Timothy A. Clary/AFP)
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Lance!
Gp de Silverstone, na Inglaterra
Dia 12/07/2023
12:03
Atualizado em 12/07/2023
12:56

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Neste último final de semana a F1 voltou à sua casa. Foi na Inglaterra, 75 anos atrás, que tudo começou. Finda a II Guerra, amantes da velocidade transformaram a antiga pista de pouso da Royal Air Force no autódromo de Silverstone, realizando ali em 1948 a 1ª prova do que viria a ser a F1. O circuito traz boas memórias para os brasileiros: foi ali que entre 1982 e 1983 Ayrton Senna disputou 11 provas, vencendo 9, o que rendeu à pista o apelido de “Silvastone”, numa alusão ao último sobrenome do ídolo brasileiro.


Praticamente todas as equipes – tirante as italianas – têm sua sede nas cercanias de Silverstone, inclusive a Austríaca Red Bull, que fica na cidade de Milton Keynes, onde era a sede da Jaguar Racing, sua precursora. A prova inglesa costuma ser uma festa para os funcionários das fábricas das equipes, que comparecem ao circuito levando suas famílias, acampam, fazem churrasco, enfim, uma coisa bonita de se ver. Chamava a atenção no início do final de semana um bonito carro preto e dourado, e uma nova equipe: não de corrida, mas de filmagem. Tratava-se do longa metragem ficcional produzido por Brad Pitt e Lewis Hamilton para a Netflix. O filme contará a história de uma pequena equipe, que não marca pontos, mas que encontra na união entre um velho piloto aposentado e um jovem talento o caminho para o sucesso. Na qualificação de sábado, tempo feio e pista molhada, que renderam uma cena tão rara quanto inusitada: uma batida do infalível Max Verstappen.

Mas foi uma manobra daquelas de vovô barbeiro (não me cancelem por etarismo!): ao sair dos boxes Max deu um totó no muro de proteção, quebrando a asa dianteira. Claro que não foi nada demais, e, afinal, o holandês tem muito crédito. Já a torcida local ficou eletrizada com a 1ª posição de Lando Norris no Q1, prenúncio de novos dias na também inglesa McLaren, que estreava um novo pacote aerodinâmico.. Enquanto isso Sergio Perez, vivendo aquilo que Ricardo III, em Shakespeare, chamou de “inverno de nossa desesperança”, mais uma vez – a 5ª esse ano - não foi sequer ao Q3. Para a pole quase deu Norris, mas na hora H Verstappen fez o de sempre, e cravou uma volta mágica, deixando o herói local em 2º lugar. Oscar Piastri ficou em 3º no grid, confirmando a boa fase da McLaren.


No domingo de sol a largada foi eletrizante, com Norris partindo para cima de Verstappen com desenfreada audácia e levando a melhor. O inglês conseguiu sustentar bem a liderança, até que na volta 4 foi liberado o DRS, e aí é aquela coisa sem graça que Você, leitor da coluna, já sabe. Então Verstappen ultrapassou Norris na volta seguinte sem dificuldade, para não perder mais a ponta. Piastri seguia Norris de perto, mas recebeu uma ordem de equipe para não tentar ultrapassá-lo. Algumas voltas depois, começaram as paradas de boxes e a Haas de Kevin Magnussen pegou fogo, revelando-se uma boa oportunidade para quem não havia parado, fazê-lo sob o safety car, perdendo menos tempo. Quem nessa se deu bem foi o ídolo local Hamilton, que ultrapassou Piastri “nos boxes”. Na relargada Hamilton ainda tentou dar o bote para cima de Norris, e os compatriotas protagonizaram por algumas voltas um lindo pega. Ao fim de uma disputa acirrada mas limpa, Norris conseguiu sustentar a 2ª posição.

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Assim tivemos, pela 5ª vez consecutiva, vitória de Verstappen – e pela 11ª, também consecutiva, da Red Bull. O time austríaco igualou o fantástico recorde da McLaren, vencendo 10 de 10 corridas na mesma temporada. Para alegria dos fãs locais, a Union Jack tremulou no pódio duplamente, com Norris e Hamilton o completando. Merece destaque também a 4ª posição de Oscar Piastri, demonstrando o talento que o levou a ser campeão de F3 e F2 já na temporada de estreia. Na sequência chegaram George Russel, Perez, Fernando Alonso e Alex Albon, fechando 4 pilotos ingleses entre os 8 primeiros. No campeonato, Verstappen abriu uma diferença de humilhantes 99 pontos sobre Perez. Mas falando em Red Bull e humilhação, a grande novidade do momento foi noticiada após o GP, uma pedra que já havia sido cantada aqui na coluna: Nick de Vries, após 10 corridas sem marcar ponto, foi “promovido para o mercado”. No seu lugar na Alpha Tauri assume o Veterano Daniel Ricciardo, lembrando que, como advertia Machado de Assis, “são profundas as molas da vida”. Do jeito que Perez está mal, convém também ele por suas barbas de molho. Quando a música do Dr. Helmut Marko parar, pode não sobrar cadeira.

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