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Uma nova gestão será um respiro para o esporte’, diz Tatiana Sabino sobre as eleições na Confederação Brasileira de Futebol Americano

A atleta, primeira mulher a praticar o esporte no país, fala das mudanças que a modalidade pode ter com a eleição de Cristiane Kajiwara, no pleito que acontecerá em fevereiro

Tatiana Sabino é jogador da equipe feminina do América Big Riders
imagem cameraTatiana Sabino é jogador da equipe feminina do América Big Riders (Arquivo pessoal)
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Lance!
Rio de Janeiro (EUA)
Dia 29/01/2021
08:38

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Em breve, a Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA) terá novo comando. A entidade terá eleições, previstas para fevereiro, e algumas mudanças podem alterar o rumo do esporte no país, que possui ligas organizadas, atletas dedicados, mas ainda busca maior aceitação do grande público.

O cargo na presidência está sendo ocupado interinamente por Marcelli Bassani. após a renúncia de Ítalo Mingoni, em agosto de 2020. E, o comando feminino no cargo máximo que gerencia o Futebol Americano no Brasil pode seguir com outra mulher. Cristiane Kajiwara (presidente) e Tiago Mundem (vice) encabeçam a chapa única do pleito, que ocorrerá em 7 de fevereiro. A missão da dupla é desafiadora, pois há muito a ser feito pelo esporte que busca maior visibilidade e se consolidar no gosto popular, além dos nichos existentes. E, espaço para crescimento da modalidade não falta.

Com a possibilidade de uma nova gestão feminina, buscamos a visão de uma atleta, que milita e luta pelo esporte há um bom tempo. Conversamos com Tatiana Sabino, a primeira mulher a jogar futebol americano no país.

Ela, aos 14 anos, fundou a Big Riders, que este ano completa 17 anos de existência e virou o América Big Riders, uma das únicas equipes do país que possui todas as modalidades ativas em nível nacional (Flag e futebol americano feminino e masculino). Tatiana também foi ex-presidente da FEFARJ (Federação de Futebol Americano do Rio de Janeiro) e é atleta da equipe de futebol americano Feminino e head coach da equipe de futebiol americano masculino do América Big Riders.

Sobre a futura gestão da CBFA, Tatiana, como atleta, pensa que o FA precisa de ser mais visto, para ganhar adeptos, além de investir na base para seguir crescendo.

-Acredito que o esporte precisa se tornar uma paixão nacional e isso pode ser feito de duas formas. A curto prazo: trazendo mídia ao esporte, televisionando as partidas. A união das equipes com clubes tradicionais sem dúvidas foi um dos fatores que influenciou na popularidade que temos hoje. A longo prazo, se faz trazendo a prática para as bases. Quando tivermos o futebol americano popularizado nas escolas, em centros esportivos, vamos fomentar a prática e aumentar o número de amantes do esporte - disse Tatiana Sabino.

Sobre ter uma mulher como comandante da CBFA, Tatiana vê como “respiro” para o esporte, sempre comandado por homens. Ela comentou também sobre como os patrocinadores podem se interessar mais pelo Futebol Americano no Brasil.

- Acho que vai trazer um respiro. Ter uma nova pessoa disposta a consertar as falhas das gestões anteriores e nos trazer de volta para o processo evolutivo é uma ótima notícia. Quanto aos patrocínios e atenção da mídia vai depender da capacidade de negociação dos novos gestores. Mercado potencial, nós temos. O futebol americano, enquanto esporte, tem se popularizado rapidamente - opinou a atleta, que completou o raciocínio na sequência.

- Espero que seja muito mais próspera do que as últimas. Desde a gestão do Flávio Cardia, não tivemos um gestor que realmente conhecesse o futebol americano no Brasil e fizesse o necessário, de acordo com o momento que o esporte vive, para que pudéssemos evoluir - comentou.

Por fim, Tatiana não se abate com a sempre torpe existência de preconceito com o esporte praticado por mulheres, algo que vem sendo mudado ao longo do tempo.

- O preconceito sempre existiu e sempre vai existir. O esporte feminino não é valorizado no nosso país. Ainda mais no amador. Vivemos numa sociedade machista, que acredita que mulher não tem direito a fazer tudo que quer. Mas felizmente o preconceito não nos impede de galgar nosso espaço. Seria muito mais fácil sem ele. Mas com ele, seguimos em frente também. A aceitação entre as mulheres cresce mais a cada dia, todo ano temos mais equipes surgindo, novos talentos nas equipes e ver essa evolução é algo muito gratificante pra mim, que cheguei no esporte quando ele ainda era praticado somente por homens - concluiu.

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