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#DiadasmulheresnoFA: precisamos de mais presença delas no FA nacional

A data é sempre um momento de reflexão para elas. E para o Futebol Americano brasileiro? Elas querem praticar o FA. Portanto, que venham mais meninas 

O Futebol Americano no Brasil precisa de mais personagens femininas para o crescimento da modalidade no país
O Futebol Americano no Brasil precisa de mais personagens femininas para o crescimento da modalidade no país-(Fotos de divulgação/CBFA/Divulgação)

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Todos os anos, o dia 8 de março traz à tona diversas discussões sobre as mulheres no mundo. A data ganha força a cada ano para ser apenas uma exceção na reflexão do papel feminino no mundo, incluindo o esporte.

E, dentro do universo do FA no Brasil a presença delas está se tornando ainda mais relevante não só para o desenvolvimento da modalidade, ainda majoritariamente masculina, mas, principalmente por ser mais um espaço conquistado.

Ainda é preciso acabar de vez com versões do FA voltado para elas em que o foco seja a objetificação física, como ocorre em bizarrices como o Lingerie Football League, que foi renomeada para Legends Football League, em uma tentativa de amenizar o estrago feito ao longo dos anos.

Como no Brasil o investimento ainda é tímido na modalidade, tanto para eles, quanto para elas, as moças optam em jogar o flag football, que exige menos investimento em equipamentos. A realidade é dura, pois existem pouco mais de 10 times full pads, que jogam tackle football, se comparado aos mais de 400 times masculinos em terras brasileiras.

Os exemplos vindos de fora do país podem ser úteis para o desenvolvimento do esporte por aqui, em que nações mais desenvolvidas, como os EUA, entenderam que estruturar o esporte para elas gera um efeito cascata de forma positiva, com mais praticantes, mais ligas, times e atenção.

Com esse cenário, mídia, patrocinadores e organizadores do esporte podem explorar um mercado potencial grande, com um público consumidor que ainda não foi contemplado com ações de inserção no FA.

A chegada de Cris Kajiwara à presidência da CBFA, pode abrir espaço para essa estruturação do FA feminino e ir além do flag football. O papel das ligas também será importante, pois são elas que abrigam os times e podem abrir mais espaço para elas, criando um ambiente para que venham novos parceiros comerciais e esportivos.

-Chegar à presidência da CBFA representa uma grande responsabilidade assumir a Confederação Brasileira de Futebol Americano, modalidade que vem crescendo e ganhando cada vez mais espaço em nosso país. Vamos trabalhar para mudar a imagem da CBFA, mostrando um trabalho sério e inovador. Como mulher, aproveitar as características que temos como a intuição, o jogo de cintura e a de se adaptar rapidamente a qualquer situação, para o desafio deste novo cargo como presidente-disse em entrevista ao L!.

A representatividade feminina no futebol americano brasileiro não pode ficar restrita a algumas personagens que se destacaram por um esforço individual supremo, casos de Tatiana Sabino e Gabriella de Carvalho. As duas foram pioneiras em abrir caminho. E vencer o preconceito é o primeiro passo.

- O preconceito sempre existiu e sempre vai existir. O esporte feminino não é valorizado no nosso país. Ainda mais no amador. Vivemos numa sociedade machista, que acredita que mulher não tem direito a fazer tudo que quer. Mas felizmente o preconceito não nos impede de galgar nosso espaço. Seria muito mais fácil sem ele. Mas com ele, seguimos em frente também. A aceitação entre as mulheres cresce mais a cada dia, todo ano temos mais equipes surgindo, novos talentos nas equipes e ver essa evolução é algo muito gratificante pra mim, que cheguei no esporte quando ele ainda era praticado somente por homens -disse Tatiana Sabino.

A ida de Gabriella para o San Diego Tridents não pode ser uma ação isolada. Pode ser uma ação de evolução e intercâmbio do esporte feminino no Brasil.


O futuro tende a ter maior participação feminina no FA, inclusive na NFL, porque os primeiros passos foram dados e tradições tolas quebradas. Será mais comum nomes como Lauren Silberman, que tornou-se a primeira mulher a tentar oficialmente uma vaga na NFL, que se imagina.

Silberman fracassou na sua tentativa, mas deixou uma porta aberta que já inspira jovens a tentarem essa caminhada rumo a liga mais famosa do esporte norte-americano.

E, no Brasil, pessoas na gestão como Cris e dentro de campo como Tatiana e Gabriella serão cases de sucesso quando a modalidade chegar a todas as meninas que nasceram para fazer tackles bem feitos, criando assim a geração que tornará o FA uma paixão dentro de campo, com “peladas” espalhadas por todo o país.

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