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Do Mosteiro à final da Liga BFA feminina: conheça a história da linebacker Luana Abreu

Defensora conta a emocionante história de como o FABR mudou sua vida

Luana Abreu passou 14 anos em um Mosteiro da Igreja Católica
imagem cameraMontagem de fotos: Arquivo pessoal e May Abreu - Luana Abreu passou 14 anos em um Mosteiro da Igreja Católica
Dia 09/11/2022
18:48
Atualizado em 07/01/2023
09:05

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Uma das pilares defensivas da Portuguesa FA, a linebacker Luana Abreu tem uma história de vida bastante incomum. A defensora passou quase metade da vida em diversos mosteiros do país com o intuito de ser monja na Igreja Católica. Contudo, há cerca de três anos, ela desistiu desse sonho, mudou-se sozinha para São Paulo e, incentivada por amigas, conheceu o futebol americano e se apaixonou pelo esporte.

Natural de Goiânia, Luana Abreu destaca a importância do período religioso em sua trajetória, mas ressalta que, com o passar do tempo, percebeu que gostaria de ter outras experiências em sua vida.

- Eu percebi que, com passar dos anos, lá não era mais o meu lugar. O meu ideal e objetivo de vida não estavam mais alinhados com o que era proposto pela vida religiosa. Então, vi que o melhor era sair e continuar a minha vida aqui fora, e foi o que eu fiz - conta a atleta que hoje cursa o oitavo período da faculdade de Psicologia.

- Decidi vir para São Paulo morar sozinha para começar algo novo, até porque fiquei a metade da minha vida no mosteiro -  completa.

Incentivada por amigas que conheceu na capital paulista, Luana Abreu foi convidada a ir a um treino da Portuguesa FA e se encantou pelo esporte da bola oval.

- Aqui em São Paulo, conheci algumas meninas que praticavam esportes e uma delas jogava na Portuguesa. Ela me convidou para ir ao treino, eu fui e foi amor à primeira vista. Nunca mais parei - afirma.

Hoje, Luana Abreu já é uma jogadora consolidada na Portuguesa FA, conquistou o Campeonato Brasileiro promovido pela CBFA e vai estar em campo na final da Liga Brasileira de Futebol Americano (Liga BFA), neste sábado (12/11), a partir das 14h, no Croco Stadium, em Curitiba-PR, contra o Curitiba SIlverhawks. Será o segundo confronto entre as equipes na competição, uma vez que na primeira fase o duelo terminou 7 a 0 para a equipe paranaense.

Confira uma entrevista exclusiva com Luana Abreu para a Valinor Conteúdo:

– Luana, o que o futebol americano representou para você após deixar o Mosteiro?
Foi um marco muito importante, pois é um esporte que exige, além do físico e do emocional, uma postura de conduta como pessoa que é um dos pilares da Portuguesa: a gente tem que ter atitude acima da média sempre. Além de ser algo totalmente radical e diferente, como já era no mosteiro. Somos realmente uma família, que é o grito de guerra da Portuguesa: “One Team, One Family´´.

– A sua família apoia a sua decisão de deixar o Mosteiro?
A minha família não é muito religiosa, então eles ficaram imensamente felizes quando eu saí (do mosteiro). Só não gostaram muito da ideia que eu tive de vir morar sozinha em São Paulo.

– Após deixar o Mosteiro, como foi a sua readaptação à vida aqui fora? O FABR ajudou nesse processo?
Foi bem difícil me readaptar aqui fora, pois foram muitos anos dentro do mosteiro. Com certeza, o FA me ajudou, principalmente porque, no mosteiro, um dos pilares é a vida fraterna e a convivência com as outras monjas. E isso eu percebi na Portuguesa. Faz parte da filosofia do time ser realmente uma família. Meu primeiro aniversário fora do mosteiro foi o time todo que organizou. Fizeram churrasco, levaram bolo e foi muito especial para mim saber que o que estamos construindo vai além do esporte.

– Além do futebol americano, você pratica outro esporte?
Eu jogo futsal e society com um grupo grande de amigas e também nos juntamos para fazer a corrida da Bravus.

- Como foi conquistar o Campeonato Brasileiro da CBFA?
Foi algo indescritível e bem difícil de nominar, pois a Portuguesa vem com foco desde 2019, e mesmo com pandemia não desviamos o nosso objetivo, nos unimos nos treinos online, nos estudos de posição e jogadas, fora a preparação individual de cada jogadora. Não foi do nada que construímos uma defesa forte e sólida para esse campeonato.

- Vocês têm um grande desafio que é vencer o Curitiba Silverhawks. O que fazer de diferente da primeira partida para conquistar o título dentro da casa das adversárias?
Acredito que tivemos vários fatores internos que contribuíram para o resultado do último jogo, mas que já foram ajustados. A ansiedade de jogar pela primeira vez contra o Curitiba Silverhawks, que é um dos grandes times de futebol americano feminino no Brasil, já foi superada pelo último jogo. Para esta decisão é concentração nas jogadas, ganhar jarda após jarda e fazer o que treinamos. É um jogo muito importante, mas não podemos esquecer que além da seriedade do momento, ali está o coração de cada atleta - mulheres que são sensacionais fazendo o que gostam.

– Como parar o ataque do Silverhawks? Essa vai ser a chave da campanha?
O jogo anterior foi muito disputado, as duas defesas se destacaram muito e por detalhes tomamos um TD já bem no final do jogo. Mas já fizemos ajustes para que isso não aconteça novamente. Esperamos que possamos levar a melhor dessa vez. Treinamos muito para isso estamos preparadas fisicamente e mentalmente para esse jogo.

– Quais os principais pontos fortes da Portuguesa FA para esta decisão?
Primeiramente, diferente do jogo da primeira fase, vamos ter o coordenador ofensivo presente. Além disso, vamos com o elenco completo. No último jogo, muitas atletas não puderam estar presentes e outras jogadoras tiveram que dobrar nas posições, sem contar o cansaço da viagem. Mesmo assim, demos um bom trabalho para o Curitiba Siverhawks, mas o principal é que estamos indo com muita vontade de vencer.

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