Ver mulheres na beira do gramado, como treinadoras, é algo quase raro. O Lance! conversou com Camilla Orlando, treinadora do time feminino do Palmeiras, para compreender - neste dia das mulheres -, como funciona ocupar um cargo que, majoritariamente, é dominado por profissionais do sexo masculino e como a representativa surge como algo importante.
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Camilla iniciou sua trajetória no futebol feminino de maneira desafiadora. Ela destaca que um dos maiores desafios de quem escolhe seguir uma carreira no futebol feminino é a incerteza. Para ela, a dúvida era constante, principalmente no início de sua carreira.
- Realmente, um dos maiores desafios foi a incerteza de se o futebol feminino seria profissional. Eu vivenciei um esporte totalmente amador, onde eu e a grande maioria das minhas amigas da equipe trabalhávamos e jogávamos. A dúvida era sempre se seria possível viver do futebol. Será que o futebol feminino teria o reconhecimento que merecia? - conta.
Mas mesmo com as dificuldades, Camilla conseguiu construir sua trajetória. Natural de Brasília (DF), Camilla foi atleta profissional entre 2005 e 2014. A nova comandante das Palestrinas é graduada em Educação Física na Universidade de Brasília e também estudou na Lincoln Memorial University-EUA. Como atleta, também atuou na Liga Universitária dos Estados Unidos NCAA e possui as licenças C, B, A e PRO da CBF.
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O grande destaque veio em 2024, quando Camilla, como treinadora do Palmeiras, levou a equipe ao título de Campeã do Paulistão Feminino pelo time alviverde. Ao L!, Camilla relatou como foi construir uma trajetória em cima disso pelo clube.
- A visão de planejamento a médio e longo prazo fortalece muito para que você use o dia a dia para evoluir, sabendo exatamente onde você quer chegar. Acredito que essa foi uma das chaves para a nossa conquista no Paulistão. Fico muito feliz com a nossa evolução como equipe - disse.
Evolução e legado do futebol feminino no Brasil
Mesmo que a categoria esteja crescendo e cada vez mais em ascensão, Camilla, atuando em um mercado diferente, reconhece a evolução. Para ela, segundo suas palavras, existe uma peça-chave para o fortalecimento da categoria: a base.
- Acho que a evolução tem andado bem, temos dado os passos necessários para colocar o futebol feminino em um patamar maior. Mas ainda precisamos seguir investindo na categoria de base e na capacitação dos profissionais. Investir na base é um passo muito importante para o futuro - destacou a técnica.
Em janeiro deste ano, o Palmeiras assegurou a treinadora para a temporada 2025. Ela fez história ao se tornar a primeira mulher no cargo a conquistar um campeonato oficial na história do time.