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Dia da Mulher: repórteres do Lance! falam sobre desafios do meio esportivo

Oito mulheres do jornal esportivo opinaram sobre a presença feminina na área

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imagem cameraLance! homenageia as mulheres no Dia Internacional da Mulher (Foto: Arte Lance!)
Dia 08/03/2025
09:15
Atualizado em 08/03/2025
15:11

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Comemorado desde 1857, o Dia Internacional da Mulher traz à tona assuntos sobre a presença feminina na sociedade, principalmente no ambiente de trabalho, e a busca pela igualdade de gênero. O Lance! ouviu suas repórteres, que abordaram alguns pontos e os principais desafios que enfrentam no meio esportivo no especial Dia da Mulher do Lance!.

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A relação de Izabella Giannola com o futebol começou desde pequena por influência da família, mas ela sempre soube que se desejasse seguir a carreira no esporte enfrentaria desafios por ser um ambiente majoritariamente masculino.

- Sempre soube que trabalhar com esporte significaria estar em um ambiente majoritariamente masculino, onde as críticas e os desafios seriam constantes. Ainda há muito a ser superado, mas acredito no meu trabalho e na força de quem, assim como eu, busca seu espaço com dedicação e competência - afirmou a jornalista.

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Para Rafaela Cardoso, o preconceito - que ainda existe - tem sido combatido com o profissionalismo, mesmo que já tenha presenciado situações desagradáveis em 15 anos de profissão. Além disso, ela ressaltou a importância do crescimento no número de mulheres atuando neste meio.

- É muito importante ver o crescimento do número de mulheres que trabalha com futebol. Isso mostra que, apesar de ainda existir muito preconceito, ele vem sendo combatido com profissionalismo. Trabalho na área há 15 anos e é claro que já me ocorreram algumas situações desconfortáveis, mas meu foco e trabalho sério me fazem crescer a cada dia. Não à toa já cobri jogos enormes de várias competições, como Estaduais, Brasileirão, Copa do Brasil e meu campeonato favorito: a Libertadores. Também trabalhei com profissionais incríveis e tive o prazer de fazer grandes reportagens e entrevistas com jogadores, ex-jogadores, ídolos e presidentes de clubes. Esse combo dá ânimo pra seguir evoluindo, estudando e aprendendo - pontuou a jornalista de 35 anos.

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Já a estudante de jornalismo Isabella Zuppo, de 21 anos, acredita que a sensação de não pertencimento, mesmo em um ambiente masculino, acabou, visto que teve contato com diversas profissionais mulheres da profissão. Entretanto, ressaltou a dificuldade na escolha por receio do preconceito.

- Desde pequena sempre fui apaixonada por esportes e escolher seguir neste caminho foi uma das decisões mais importantes e difíceis, ainda mais sendo mulher em um ambiente masculino. Mas essa sensação de não pertencer passou, conheci mulheres incríveis que me inspiram e me motivam a continuar seguindo neste caminho. Desejo um feliz dia das mulheres para todas nós!

Anna Ramos definiu sua relação com o esporte e a profissão como "um vício". Segundo a estudante de Comunicação Social, é "uma diversão que se misturou com trabalho e profissionalismo".

Ela deixou claro que cautela, insegura e estudo redobrado são aliados das mulheres, que precisam reforçar o entendimento no assunto e o próprio conhecimento devido à rejeição que ainda sofrem. Todavia, mostrou-se otimista do futuro, principalmente pelo trabalho das jornalistas que admira.

- Apesar da parceria que encontramos no meio esportivo, descobri desde cedo também o desafio de ter que me provar como atleta e como conhecedora da modalidade, muito mais até que meus amigos homens. O amor da prática se tornou um vício nos momentos de "descanso", que virou a paixão do meu dia e o que eu quero fazer para a vida. Escrever, buscar e me aprofundar sobre o esporte é, assim como desafiador, uma diversão que se misturou com trabalho e profissionalismo. Ainda com poucos meses de experiência no jornalismo esportivo, já conheci outras partes do ambiente esportivo e sei que a cautela, (às vezes) insegurança e o estudo redobrado são presenças constantes na rotina das mulheres neste mundo.

- Para mim, que estou começando, no entanto, o futuro se mostra mais emocionante e mais promissor, inclusive graças a grandes nomes do jornalismo atual, como Mariana Becker, Ana Thaís Matos, Tati Mantovani e muitas outras - finalizou a estudante de 22 ans.

Nathália Gomes, de 31 anos, entende como principal desafio a necessidade de "se provar". Na profissão desde 2016, a jornalista passou por situações no início da carreira que não teria ocorrido se ela fosse homem.

- Para mim, a maior dificuldade que enxergo é a necessidade de se provar a todo instante. Questionamentos que, às vezes, recebo por ser mulher e trabalhar com esporte. Um exemplo é uma situação enfrentada em um programa de estágio, que meu conhecimento foi "zombado" pelo entrevistador, que disse se tratar de uma brincadeira. Sei que não teria ocorrido se eu fosse homem.

- Mas eu sou e estou bem otimista, principalmente pelo incentivo que está havendo. A presença feminina no esporte, seja como repórter ou atleta, faz com que o futuro seja ainda mais igual, sem a divisão de um meio masculino ou feminino.

Segundo Juliana Yamaoka, o sonho em trabalhar com jornalismo esportivo surgiu devido à paixão pelo time, além de toda a admiração com o ambiente. No entanto, assim como as demais, demonstrou otimismo, embora ainda enxergue um preconceito enraizado na sociedade.

- Desde os 12 anos, eu sonhava em trabalhar com Jornalismo Esportivo por causa da paixão pelo meu time. Eu sempre admirei tudo o que está diretamente ligado ao ambiente do futebol e das modalidades olímpicas. Infelizmente, ainda vivenciamos um cenário de muito machismo e necessidade de provações apenas pelo fato de sermos mulheres. Atualmente, tenho uma visão mais otimista de que o nosso espaço nas redações está crescendo cada vez mais e também nos centros de treinamentos e estádios dos clubes - disse a jornalista de 32 anos.

Em quase um poema, a estudante de jornalismo Fernanda Gondim, de 20 anos, fez uma análise sobre as 'dores e as delícias' de ser profissional mulher em um mundo ainda machista. Em busca do sonho, a jovem deixou Natal, sua cidade natal, para se aventurar no Rio de Janeiro e seguir o que buscava.

- Ser mulher é um desafio desde que nossa espécie se formou. Biologicamente já viemos “condenadas” a depender da força masculina. Quando o cenário é o esporte ou, pior ainda, o futebol, tudo parece ser um pouco mais difícil. Os olhares são mais rígidos, nenhuma falha passa despercebida e qualquer fraqueza tem justificativa pré-definida: ser mulher. Mas, a maior sorte das mulheres sempre foi poder contar com outras mulheres. E assim segue sendo no jornalismo esportivo. A cada nova mulher que se faz protagonista nessa área, sinto que são outros dez corações atingidos. Uma mulher aparece na televisão falando sobre futebol e acaba sendo vista por uma menina. Essa se desprende dos preconceitos e pensa “por que não?”. Assim surge uma nova jornalista. Em anos teremos muitas mulheres boas no que fazem, ocupando as cadeiras que antes só eram femininas. Eu já fui e e continuo sendo vítima desses olhares mais rigorosos que eu citei antes. Mas, ao mesmo tempo, caminho com a certeza de que já foi mais difícil antes que eu chagasse,l justamente porque outras mulheres lutaram para que fosse mais fácil para mim. Esse é o meu sonho: tornar o jornalismo mais fácil paras as novas mulheres que chegarem.

Jornalista formada desde 2022, Isabelle Favieri, de 25 anos, fez uma breve análise da sua chegada à redação do Lance!, que, na época, não tinha tantas mulheres. Assim como as demais, a profissional revelou que sempre foi um sonho trabalhar com futebol mesmo com todas as questões.

- Trabalhar com futebol sempre foi um sonho. A paixão pelo esporte foi fato crucial para a escolha da minha profissão, inclusive. Antes mesmo de decidir ser jornalista, eu já havia batido o martelo sobre trabalhar com uma das coisas que mais amava: o futebol. Mas desde o início, eu sempre soube que não seria fácil. Na faculdade, eu era a única com o interesse em seguir a especialização em jornalismo esportivo, estranhava, mas dia após dias era necessário que eu "provasse" que saberia falar sobre o assunto. Quando cheguei no Lance!, eu era apenas a terceira mulher em uma redação recheada de homens, todos muito gentis, respeitosos e que me ajudaram muito no meu crescimento profissional. Mas, haviam poucas mulheres com que eu poderia olhar como referência. Isso fez falta. Não é tão fácil ser inserida em um mundo predominantemente masculino. E na minha própria cabeça, eu mesma me questionava sobre meu potencial para estar ali, como se eu soubesse menos, ou fosse menos preparada. Apenas como insegurança.

A repórter, no entanto, afirma que nunca sofreu preconceito, mas entende que tratamentos diferentes aconteceram durante sua trajetória no mundo esportivo pelo fato de ser mulher. Porém nada que a fizesse recuar, pelo contrário.

- Preconceito eu nunca vivenciei. Mas abordagens diferentes de relações que deveriam ser apenas profissionais aconteceram pelo caminho. Nada que me afetasse o suficiente. Eu escolhi o jornalismo porque amo o esporte. E o futebol me escolheu para que eu ajudasse a contar histórias. Temos, sim, que provar que somos confiáveis, responsáveis, que temos credibilidade, e mostrar que entendemos tanto quanto eles. É um trabalho diário, mas vejo progresso, e vejo um futuro com cada vez mais mulheres nas tribunas.

Em diferentes relatos, é possível ver que as mulheres ainda sentem na pele o preconceito em exercer a sua profissão e a necessidade de se provar a todo instante. Porém ainda há esperança. A grande maioria está otimista das mudanças, confiante que ali na frente haverá um mundo mais igual e trabalhando para que haja cada vez mais mulheres em todos os lugares. É o que o nós, do Lance!, acreditamos e torcemos. Feliz dia das mulheres!

➡️Ana Thaís publica mensagem sobre o Dia da Mulher: ‘Não desejamos flores. Desejamos liberdade e respeito’.

Por que o Dia Internacional da Mulher é comemorado dia 8 de março?

O dia 8 de março foi escolhido para homenagear as mulheres devido a uma série de acontecimentos com forte influência do movimento operário, durante a Revolução Industrial. Diferentemente do que é conhecido, a data não foi criada por uma tragédia (incêndio em uma fábrica têxtil em Nova York), mas sim por décadas de engajamento político feminino.

Em 1910, ocorreu o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, que tinha como representante Clara Zetkin, que propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher. Ela defendia o direito das mulheres no âmbito trabalhista.

Diversos protestos e greves já ocorriam na Europa e nos Estados Unidos desde a segunda metade do século XIX. No entanto, no dia 8 de março de 1917, na Rússia, o movimento feminista e as demais associações de mulheres capitalizaram essas manifestações.

Com a queda da monarquia czarista, as mulheres trabalhadoras do setor de tecelagem entraram em greve, no dia 8 de março, e reivindicaram a ajuda dos operários do setor de metalurgia. Essa data entrou para a história como um grande feito de mulheres operárias.

Apenas após a Segunda Guerra Mundial que o 8 de março se tornou aos poucos o símbolo principal de homenagem às mulheres. A oficialização ocorreu apenas em 1975, quando a ONU declarou o Ano Internacional das Mulheres, como uma ação voltada ao combate das desigualdades e discriminação de gênero em todo mundo. Como parte desses esforços, o dia 8 de março foi oficializado como o Dia Internacional da Mulher.

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