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Atenções e defeitos: os pontos fracos e fortes de Arsenal e PSG, oponentes na Champions

Equipes se enfrentam pela ida da semifinal da competição europeia nesta terça-feira (29)

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imagem cameraJogadores de Arsenal e PSG batalham pela bola em jogo da fase de liga da Champions (Foto: Adrian Dennis / AFP)
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Lucas Borges
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 29/04/2025
06:45

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Arsenal e PSG abrem, nesta terça-feira (29), a fase semifinal da Champions League de 2024-25, em um duelo de ideias diferentes e treinadores que são grandes referências na Europa. Mikel Arteta e Luis Enrique, no domínio da prancheta, pensam a estratégia como o futebol é: cheio de jogos dentro de uma partida só.

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Ao observar os respectivos duelos na fase anterior, pode-se perceber que os comandantes prepararam as equipes para passar pelos confrontos com Real Madrid e Aston Villa, respectivamente, com as nuances necessárias. E por isso, o Lance! destrincha como as qualificações nas quartas chegaram a Londres e Paris, bem como o que é necessário para não dar armas ao oponente.

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⚽ O que o Arsenal fez para deixar o Real Madrid pelo caminho?

O plano de jogo de Arteta, no papel, passa pela montagem de um 4-2-3-1 simples, com Mikel Merino fazendo a função de falso nove por conta da quantidade de centroavantes lesionados. Entretanto, o que se viu no Emirates Stadium foi muito mais do que uma montagem convencional dos londrinos. Com a bola, o esquema se tornava um 3-2-2-3 (semelhante ao WM, esquema famoso nas décadas de 1940 e 1950).

Lewis-Skelly, o jovem lateral-esquerdo, se transformava em um volante para ajudar Partey na construção, enquanto Kiwior saía da zaga para preencher o lado. Timber abria mais pela direita, e Saliba se tornava o único homem de centro. Saka e Martinelli seguiam espetados pela ponta, e Odegaard e Rice, sem precisar descer tanto devido à dobra de Skelly, andavam no campo para ter espaço no último terço. Veja abaixo como Skelly, com a bola, ajudava na saída.

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Tática - Arsenal x Real Madrid - Champions League

O Real, marcando com Mbappé e Vini Jr dobrados no ataque, e duas linhas de quatro, ficava perdido. Modric e Camavinga tinham dificuldade para decidir se pressionavam ou esperavam. E a indecisão dúvida o espaço. A chegada na área era com força total: os cinco homens de frente atacavam a última linha do Real, e Thomas e Skelly não deixavam de subir. Sete homens para conduzir o Arsenal à frente.

Abaixo, perceba como seis homens do Arsenal chegam ao ataque, com liberdade na entrada na área. Modric, correndo para trás, tenta perseguir Rice, e Camavinga, observando o lance, não gruda em Lewis-Skelly, nem em Partey. Bellingham, no canto inferior esquerdo, deixa a ponta canhota para tentar acompanhar. E no fim, Partey chega para finalizar, parando em Courtois.

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Arsenal x Real Madrid - Champions League
Thomas Partey - Arsenal x Real Madrid - Champions

O padrão se repete em outra jogada de perigo do Arsenal, já na segunda etapa. A linha frontal de cinco homens se forma na reta da área espanhola, e Skelly invade a trincheira adversária para ajudar na armação. Depois de deixar dois adversários para trás, como visto na foto abaixo, a jogada segue, e Courtois opera dois milagres para parar Martinelli e Merino.

Tática - Arsenal x Real Madrid - Champions League

O caro leitor pode pensar que a bola parada foi crucial nos dois primeiros gols, e graças a Rice, terá total razão. Mas o terceiro gol, novamente, é mérito de Arteta, com nova invasão de Skelly. Desta vez, Mikel Merino não falhou, e acertou o canto de Courtois. O detalhe da imagem abaixo é para Bellingham, que percebe a indecisão dos companheiros e gesticula reclamando, ao lado da meia-lua.

Gol de Mikel Merino - Arsenal x Real Madrid - Champions
Gol de Mikel Merino - Arsenal x Real Madrid - Champions

Entretanto, não se pode esquecer que Mbappé e Vini Jr tiveram oportunidades de balançar as redes na derrota por 3 a 0. Arteta não se esqueceu, e buscou soluções para a exposição na volta, mas sem abrir mão de suas ideias. No ataque, o Arsenal passou a subir com apenas seis homens, e Skelly voltou a ficar preso na lateral-esquerda. Claro, com a vantagem, não havia necessidade de um sacrifício.

Em determinados momentos, o Real Madrid encaixou os escapes no Santiago Bernabéu, e teve campo livre. Faltou aos Merengues um pouco de letalidade. Fica aí o defeito entregue ao PSG, especialista em gols de contra-ataque e exploração da superioridade numérica. Observe um exemplo dos espaços deixados pelos ingleses:

Real Madrid x Arsenal - Champions

Se os espanhóis não tiveram a capacidade para balançar as redes, os visitantes foram inteligentes para calar o Bernabéu. E com apenas seis atacando. Saka saiu da ponta para o meio e recebeu um grande passe de Merino, em desatenção do movimento na defesa adversária, entre Asencio e Rüdiger. Vini Jr ainda devolveu as esperanças, mas em mera formalidade, Martinelli encontrou campo vazio no fim e acertou o golpe de misericórdia.

Gol de Saka - Arsenal x Real Madrid - Champions

O PSG, para evitar que a tática do Arsenal dê certo, precisa ter seus movimentos definidos, sem indecisão na verticalidade. As linhas de defesa e meio precisam necessariamente estar compactas, sem gerar vazios aos oponentes. O Arsenal constrói com facilidade se o oponente der um passo em falso, o que gera a Luis Enrique um alerta para que seus comandados conduzam bem o pensamento. Mesmo que queira pressionar, urge a necessidade de uma pressão coordenada.

⚽ O que o PSG fez para deixar o Aston Villa pelo caminho?

O time francês foi amplamente menos conciso do que o Arsenal foi contra o Real Madrid. Cedeu espaços ao Aston Villa, mas a letalidade com a bola no ataque foi suficiente para o avanço. Sem tantas variações, o Paris ataca e defende com um 4-3-3 básico, e na frente, três atletas de muita velocidade e habilidade. Desiré Doué, Dembélé e Kvaratskhelia.

A qualidade do trio com a bola fez com que Unai Emery escolhesse uma retranca. Oito, nove, às vezes dez atletas de linha dentro de sua área defensiva. O PSG, sem muitas trocas de posição, confiava mais na individualidade para a quebra do ferrolho do que nos passes por si só. E assim foi na ida, em lances perigosos na primeira etapa com Doué: primeiro, Dibu Martínez e a trave salvaram, mas na imagem de baixo, o chute do atacante acertou o ângulo do argentino. Observe como as linhas fechadas inglesas não impediram as tentativas.

PSG x Aston Villa - Champions League
PSG x Aston Villa - Champions League

Arteta prezou também pela retranca na segunda etapa em Madri, e não foi incomodado. O time de Ancelotti nitidamente tinha dificuldades para a criação, e forçou bolas áereas sem sucesso. A pegada do PSG, porém, é outra, e as coberturas, principalmente dos volantes Rice e Partey, devem ser impecáveis para evitar o revés.

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Os dois gols seguintes da ida mostram como o Paris de Luis Enrique ama os espaços. Primeiro, em pressão vazada do Villa, a recomposição foi lenta, e Kvara disparou para anotar um lindo gol, com direito a drible desconcertante. No terceiro, a falta de compactação no sistema defensivo permitiu ao georgiano lançar Hakimi, que em velocidade, fechou a conta no Parc des Princes. Maneiras diferentes de um time jogar, todas elas com qualidade sobrando.

Kvaratskhelia - PSG x Aston Villa
Hakimi - PSG x Aston Villa - Champions

Na volta, o PSG voltou a demonstrar que sabe furar os oponentes com os contra-ataques, e abriu 2 a 0 com os alas Hakimi e Nuno Mendes, jogadores que fazem a diferença com estocadas em velocidade e conexão de espaços com os pontas. Porém, sofreu na defesa com a ousadia do Villa, que balançou as redes três vezes.

Os três tentos do clube de Birmingham saíram em momentos onde a linha do Paris Saint-Germain estava alta. McGinn, capitão da equipe, variou o posicionamento: ora como um meio-campista de criação que descia para conduzir o time à frente, ora como um segundo atacante que grudava no móvel Rashford. Assim, contribuiu com os dois primeiros. E na melhor chance de empatar o placar, Asensio (destacado em azul) disparou por trás de Vitinha e Pacho, fazendo a função do segundo homem que explora as falhas, mas falhou na frente de Donnarumma. Ações semelhantes ao que Odegaard faz. Defeito que Arteta pode explorar. Veja os espaços concedidos nos três gols abaixo:

Gol de Tielemans - Aston Villa x PSG - Champions
Gol de McGinn - Aston Villa x PSG - Champions
Gol perdido por Asensio - Aston Villa x PSG - Champions

🤔 Então, o que Arsenal e PSG podem fazer?

Em suma, podemos esperar um confronto de ideias distintas, e igualmente interessantes, nos 180 minutos. Existem jogos diferentes em uma mesma partida, e imagina-se que Arsenal e PSG protagonizarão o duelo. Arteta e Luis Enrique são capacitados e possuem uma grande qualidade de ler o jogo para ajustar ao longo do tempo. Artefato crucial em uma eliminatória.

Ao Arsenal, não se pode deixar o Paris ter espaços. Com um trio de ataque letal, os franceses gostam do disparo em velocidade. Quando as linhas descem, a solução é orientar a cobertura a ter atenção. Para a parte ofensiva, bolas nas costas da defesa são sempre um terror, visto que Hakimi e Nuno Mendes têm dificuldade na recomposição, e o meio se sobrecarrega com a ocupação.

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Ao PSG, alerta máximo com as subidas de Lewis-Skelly para o centro. Mesmo jovem, se transformou em um cérebro na construção, e dá leveza aos jogadores. Movimentos de Merino são sempre algo para se observar, entre saídas para ajudar na armação e invasões à área. A bola aérea, como sempre, é uma arma inglesa. Para vencer, o meio é um ponto de interesse. Martinelli e Saka, como fizeram contra o Real, serão orientados a perseguir os alas. A cobertura idem. E com isso, sobra espaço para o centro do campo se destacar.

🧠 Tudo o que você precisa saber sobre Arsenal x PSG

Arsenal e PSG se enfrentam em partida válida pelo jogo de ida da semifinal da Champions League. A partida acontece no Emirates Stadium, em Londres, na Inglaterra. A bola está prevista para rolar às 16h (de Brasília) e o duelo terá transmissão ao vivo do SBT (canal aberto), TNT Sports (canal fechado) e Max (streaming).

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