Cafu faz projeção da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo e elogia Vini Jr
Capitão do penta fala sobre diversos temas e seu projeto social em Alagoas e comenta sobre relação da Seleção com o público e possíveis titulares no Qatar
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O capitão do pentacampeonato mundial da Seleção Brasileira, Cafu abordou diversos assuntos, como Vini Jr., Rodrygo, Seleção e Copa do Mundo em entrevista ao jornal inglês "The Guardian", em Maceió, antes de viajar para acompanhar seu projeto social no interior de Alagoas.
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O ex-lateral falou sobre a Seleção Brasileira e sua relação com o público e destacou que essa ligação com a torcida caiu após 2010, diferentemente de anos antes.
- O problema é que as pessoas não sabem os titulares da Seleção. É um ano de Copa e não sabemos certamente quem vai para o Qatar, infelizmente. É diferente da sensação que se tinha em 2002, quando sabíamos quem seria titular e quem entraria no decorrer do jogo. Os torcedores nos conheciam e sabiam onde jogávamos e se sentiam próximos à equipe. Há uma distância entre o time e a torcida e isso tem crescido desde 2010.
Ainda sobre a Seleção, Cafu comentou sobre as possibilidades de quem pode ser titular na Copa. Para ele, a disputa entre os goleiros deixa indefinições no ar e que Neymar é a única unanimidade.
- Podemos ter certeza de que Alisson começará os jogos quando Ederson estiver jogando como ele está? Ou que Weverton não conseguirá a vaga após os títulos com o Palmeiras? O único jogador garantido é Neymar, porque ele é o melhor. Depois temos outros caras atrás de uma vaga, como o Vinicius Jr.
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Sobre Vini Jr., o capitão do penta teceu elogios ao atacante do Real Madrid e destacou sua evolução dentro do clube espanhol. Cafu também citou Rodrygo, que foi decisivo no título da Champions.
- O Vini é o futuro do futebol brasileiro. Ele é o jovem jogador com mais possibilidades. Ele já era promissor, mas este ano mostrou que pode conseguir mais. É muito cedo para colocá-lo entre os três melhores jogadores do mundo, mas podemos imaginá-lo chegando lá. Ele é um menino profissional, humilde e precisava de alguém que lhe explicasse como poderia melhorar. Carlo Ancelotti estava lá para fazer isso e agora vemos o que Vini pode fazer. Rodrygo também está tendo bons minutos e fornecendo, e o Real Madrid está funcionando como um bom motor.
Ainda sobre jovens atletas, Cafu destacou um problema recorrente no futebol brasileiro com relação às vendas de jogadores jovens de clubes do Brasil.
- Times como Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG devem ser o exemplo para os clubes brasileiros. Eles mudaram a forma como as coisas são feitas e trouxeram muito profissionalismo para a nossa liga, o que é bom. Eles podem investir, estão sempre à beira de ganhar títulos e podem trazer grandes jogadores. No entanto, o Brasil ainda tem o problema de vender seus jovens jogadores cedo demais. Quando eu jogava, ganhávamos títulos em nosso país, entrávamos na seleção e depois íamos para a Europa. Agora é o contrário: eles vão para a Europa, tentam entrar na seleção e depois voltam para o Brasil no final da carreira. É por isso que às vezes é difícil ter um time titular.
Poucos dias antes da marca de 20 anos do pentacampeonato mundial do Brasil, Cafu se lembrou dos momentos de descontração na noite anterior à final da Copa do Mundo, que ajudaram a manter a equipe mais leve.
- Na noite anterior à final, estávamos jogando golfe nos corredores, Estávamos conversando e nos divertindo. Eu era o capitão da equipe e senti que era o momento de desabafar. Falei para o Felipão: "Deixa os meninos se divertirem, porque amanhã vamos fazer um grande jogo". Ele acreditou em nós e viu que poderíamos ganhar esse título. Sentou-se conosco por algumas horas, depois foi para seu quarto. No dia seguinte, entramos em campo e ganhamos a Copa do Mundo. Não há sensação melhor no futebol do que levantar esse troféu. Eu te garanto isso. Ainda me dá arrepios falar sobre isso. Está muito vivo em minha mente - completou.
Sobre seu projeto social em Alagoas, onde ajuda crianças no interior do estado, o ex-lateral conta que ao ver as crianças se lembra de quando era jovem e começou a jogar futebol.
- É muito mais difícil atingir metas quando a sociedade não lhe dá oportunidades. Acordava às 4h, comia alguma coisa e pegava o ônibus às 5h para chegar ao treino às 9h. Às vezes eu jogava pior do que os outros meninos porque eles tinham uma noite inteira para dormir e moravam perto do campo de treinamento. Então eu me vejo nessas crianças, porque infelizmente a vida só dá duas opções para os pobres: você pode ir para o mau caminho ou tentar perseverar. A segunda opção envolve muita luta. O que as pessoas não entendem é que os jogadores de futebol tentam alcançar o sucesso não porque o objetivo é ter fama, mas para ajudar sua família e amigos a sair da pobreza - concluiu o pentacampeão.
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