Como Rei Arturo e Príncipe Charles fizeram o Chile merecer a vaga
VAR impede vitória chilena no tempo normal ao anular gols de Aranguiz e Vidal. Mas, nos pênaltis, atuais bicampeões eliminam a Colômbia e avançam com justiça para a semi
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Charles Aranguiz e Arturo Vidal, o “Príncipe Charles” e o “Rei Arturo”, teriam sido os heróis da classificação chilena para a semifinal da Copa América se não existisse o VAR, que anulou um gol de cada um, manteve o 0 a 0 no placar em Itaquera e fez com que a merecida vitória dos atuais bicampeões do torneio viesse só nos pênaltis - os dois converteram suas cobranças, assim como Vargas, Pulgar e Alexis Sanchez.
Vidal ficou com o prêmio de melhor em campo, mas seria justo se dividisse com o colega de meio de campo. Foi Aranguiz quem fez o Chile entrar no jogo após o início dominante da boa Colômbia, que vinha de três vitórias na primeira fase e foi eliminada sem perder e nem levar gols. Um cabeceio do ex-volante do Internacional, hoje atleta do Bayer Leverkusen, fez o goleiro Ospina trabalhar pela primeira vez na noite e mostrou aos comandados de Reinaldo Rueda que seria melhor ficar com a bola e propor o jogo do que correr atrás dos colombianos.
O domínio mudou de lado depois desse lance e, logo na sequência, Aranguiz apareceu na área novamente para aproveitar uma trapalhada de Ospina e do zagueiro Sanchez para marcar o primeiro gol anulado pelo VAR - Alexis Sanchez estava impedido no início da jogada.
No intervalo, parecia difícil tirar de Aranguiz o título de melhor do jogo, a não ser que a Colômbia reagisse e vencesse. Mas Arturo Vidal, craque do Barcelona, resolveu colocar o jogo no bolso. Ele parecia estar em todos os lugares do gramado, com firmeza para bloquear as investidas dos adversários e inteligência para levar sua equipe adiante. Apareceu inclusive dentro da área para aproveitar uma sobre e bater cruzado, naquele que seria o gol da vitória de La Roja se o VAR, de novo ele, não tivesse alertado o argentino Néstor Pitana para o toque de mão de Maripán.
O VAR existe para deixar o jogo mais justo, mas, ironicamente, teria sido um dos responsáveis por uma injustiça caso o vencedor nos pênaltis não fosse o Chile. Além de ter conseguido se impor diante de um adversário forte, principalmente graças à vantagem que levou no meio de campo por ter figuras como Aranguiz e Vidal, a seleção de Rueda buscou o gol até o fim, quando já faltava ímpeto e organização tática aos colombianos.
O Chile agora espera o vencedor de Uruguai e Peru. Quem vier já sabe que, mesmo em uma noite não tão brilhante dos bons Vargas e Alexis, é possível ser dominado pelos bicampeões. Pelo meio.
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