Cria do Vasco, Lucas Santos fala de racismo: ‘Não posso ficar alienado enquanto matam negros e pobres’
O jogador, nascido e criado na favela Para-Pedro, em Irajá, afirmou que não é coincidência o fato de negros morrerem em situações de violência no Rio
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A cria da base do Vasco e eleito melhor jogador da Copinha, em 2019, Lucas Santos foi emprestado ao CSKA Moscou, da Rússia, até dezembro de 2019 pelo Vasco. O jogador, nascido e criado na favela Para-Pedro, em Irajá, falou ao jornal 'El País' sobre o racismo existente com a população negra e pobre.
- Saí da favela, mas não posso me dar ao luxo de ficar alienado enquanto matam negros e pobres - disse o jovem de 20 anos.
O jogador lembrou ainda que conhecia o mototaxista Kelvin Cavalcante, morto em uma operação policial na favela em outubro e afirmou que não é coincidência o fato de negros morrerem em situações de violência no Rio.
- Eu conhecia o Kelvin, um moleque do bem. A morte dele me deixou revoltado. Poderia ter acontecido comigo ou com algum familiar. Dizem que é por engano, mas morrem cada vez mais pessoas negras e pobres nas favelas. Cada vez mais o Rio é um lugar medonho para se viver, apesar das belezas naturais - concluiu.
Lucas está emprestado ao CSKA até dezembro e o clube europeu já demostrou interesse em aumentar o tempo de empréstimo. Caso tenha o interesse em exercer a opção de compra estipulada em contrato, o clube terá que desembolsar cerca de 4,8 milhões de euros por 62% dos direitos do atleta.
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