Embaixador da Bahia na China, Elkeson quer o bicampeonato da ‘Libertadores asiática’
Ex-atacante de Vitória e Botafogo revela preleção em português de Felipão para os chineses, propostas de clubes europeus e ótima relação com treinador campeão do mundo
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Um baiano está perto de conquistar a Ásia pela segunda vez.
Neste sábado, às 10h de Brasília e às 9h da Bahia, o Guangzhou Evergrande (CHI) disputará a finalíssima da Liga dos Campeões da Ásia contra o Al-Ahli (EAU). Dentre os brasileiros do time chinês, somente Elkeson esteve na primeira conquista do Guangzhou no torneio, em 2013.
O ex-atacante de Vitória e Botafogo compara o torneio com uma competição muito conhecida pelos sul-americanos. E promete muita festa em sua terra natal em caso de título - o convite já está nas mãos dos chineses.
- É parecido com a Libertadores. A responsabilidade é igual. Quem disputa a Libertadores, fica com aquela tensão, todo mundo quer conquistar esse título, levar a equipe para o Mundial. A gente teve a chance de conquistar em 2013, espero ajudar novamente, dando passe, fazendo um gol - lembra Elkeson, ao LANCE!, autor do gol do título na única conquista até então.
Uma das primeiras diferenças entre o time na conquista de 2013 para agora está no banco de reservas. Naquela ocasião, o comandante do clube chinês era Marcello Lippi, campeão do mundo com a Itália em 2006. Já o técnico atual é Felipão. O gaúcho não deixou de lado os métodos motivacionais na China. Antes da primeira final, que acabou empatada por 0 a 0, o ex-treinador da Seleção caprichou na preleção.
- Ele passou a experiência dele, passou vídeo com vários atletas vitoriosos na carreira. Foi muito legal. Todos jogadores gostaram muito. Foi em português mesmo. Hoje também os chineses falam português (risos). Vi que todo mundo gostou, ficaram bem motivados. Professor Felipão é um cara motivador. Consegue entrar na cabeça do jogador - revela Elkeson, que garante que os chineses entenderam a mensagem do professor.
Em caso do título continental se concretizar, Elkeson garante que terá muita festa na Bahia, regada à acarajé e tapioca, apesar de se dizer um apaixonado por yakisoba. E, claro, pretende levar os chineses para conhecer Salvador, já que eles estão acostumados ao sons brasileiros dentro do vestiário do Guangzhou.
- O chinês é mais quieto. Como brasileiro gosta da bagunça, a gente tem esse sonzinho no vestiário. Às vezes eles dançam, pedem para abaixar, trocar para música internacional. Sempre rola essa brincadeira. Tem convívio muito maneiro. Temos a liberdade, eles também. A gente se diverte muito. Eles sempre perguntam de algum time, valorizo muito o Botafogo e o Vitória. Sempre falo de Salvador, a galera cai na risada. Eu falo para eles irem curtir as férias na Bahia - afirma o jogador, fã da série Arrow - O Arqueiro Verde.
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O que você espera desta final da Liga dos Campeões?
A gente está jogando em casa. Primeiro jogo foi muito truncado, estádio muito pequeno. No primeiro tempo, a gente teve mais posse de bola, mais oportunidades de gols. A gente até conseguiu acertar uma bola na trave. Ficou aquele jogo aéreo. A gente respeita muito o Al-Ahli, eu acredito que se a gente colocar a bola no chão, ter tranquilidade e aproveitar as chances, a gente pode conquistar o título novamente. O torcedor está com o grito engasgado de é campeão da Champions.
Você gosta de jogar na China?
Me sinto muito bem. Não me arrependo da escolha que fiz. Quando o Mister Lippi me apresentou o projeto, eu fiquei um pouco com receio, procurei saber. Vi a estrutura do clube, os jogadores que aqui estavam, Muriqui e Conca. Mister Lippi queria ganhar a Champions da Ásia, que é tipo a Libertadores. Lippi foi campeão da Copa do Mundo, todo jogador que trabalhar com grande treinador. Vim para cá muito motivado.
Como era sua relação com o Lippi?
Relação muito boa, de pai para filho. Graças a Deus a gente conseguiu fazer um bom trabalho junto. Aprendi muito, me ajudou bastante. Pude conquistar títulos importantes no individual e no coletivo.
Quais diferenças você percebeu entre Felipão e o Lippi?
São bem parecidos. São bem exigentes nos treinamentos, procuram trabalhar o que vai acontecer no jogo, o que a gente pode tirar proveito. Nossos trabalhos no dia a dia são muito legais.
No ano passado, você jogaria que só mais uma temporada na China. E agora?
Quando eu vim para a China, eu e o Lippi concordamos que eu ficaria dois anos e depois iria jogar em algum clube da Europa. Aconteceu que chegaram boas propostas naquele ano. Como naquela época o grupo tinha perdido o Muriqui e o Conca, o presidente não me liberou naquele momento. Nesse ano, também chegaram propostas, e o clube não quis vender. Acabou que a gente renovou por quatro anos. Estou muito feliz também, estou muito adaptado.
Você teve propostas de quais clubes?
Clubes da Eurora, principalmente da Itália, e de Dubai.
Esse time da Itália tem as cores do Vitória ou do Botafogo?
(Risos) Já tive proposta da Juventus, foi uma sondagem, não chegou proposta concreta. Naquela ocasião, o Botafogo não me venderia. Foi uma fase que eu estava muito bem. Depois que trabalhei com o Lippi, me motivou a ter essa vontade de jogar na Itália. A gente sempre conversa, ele diz que quer me ver jogando na Europa.
E do Brasil?
Nunca recebi sondagem.
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