Empresário de Özil critica presidente do Bayern: ‘Vergonha para o futebol’
Erkut Sogut rebateu fortes declarações de Uli Hoeness após despedida do meia da seleção
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O agente de Mesut Özil, Erkut Sogut, rebateu as declarações dadas pelo presidente do Bayern de Munique, Uli Hoeness. Na última segunda-feira, o cartola declarou ao "Sport Bild" que o futebol do meia do Arsenal "está um lixo há vários anos" e que a aposentadoria da seleção da Alemanha era um "bem para o país".
O empresário, por sua vez, afirmou que o Hoeness é "uma vergonha para a Alemanha" e elencou os feitos do jogador nos últimos anos.
- Ele não é apenas uma desgraça para si mesmo, mas também, e mais importante, uma vergonha para o futebol alemão e para o povo da Alemanha - disse o agente, ao site "Goal".
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Erkut Sogut afirmou ainda que Hoeness não entendeu o motivo pela aposentadoria da seleção.
- O senhor Hoeness não pode fornecer qualquer evidência real para apoiar suas declarações tolas, que são claramente exageradas. As estatísticas são claras: vinte e três gols, 40 assistências - que é um recorde alemão - e cinco vezes o alemão do ano - três dos quais vêm depois de 2014 - declarou.
DESPEDIDA NO DOMINGO
No último domingo, Özil emitiu um comunicado via Twitter anunciando sua aposentadoria da seleção da Alemanha. Frequentemente, o meia, de origem turca, expressa suas opiniões favoráveis à imigração e ao multiculturalismo no país e se disse perseguido pela Federação de futebol local.
No comunicado, ele criticou o presidente da entidade, Reinhard Grindel.
- Em 2004, enquanto você (Grindel) era membro do Parlamento (alemão), você reclamou que "o multiculturalismo é na verdade um mito, uma mentira duradoura", enquanto votava contra a legislação favorável à duplas nacionalidades e às punições por subornos, e também disse que a cultura islâmica se tornou muito entranhada em muitas cidades alemãs. Isto é imperdoável e não se pode esquecer.
A crise entre o jogador e a federação ficou ainda mais evidente após uma foto de Özil e Ilkay Gündogan, outro jogador da seleção alemã, junto com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, no dia 13 de maio, em Londres. O meia afirmou que não quis entrar em polêmica, mas a imagem desagradou a entidade.
- O tratamento que eu recebi da DFB e de muitos outros me fazem não mais querer vestir a camisa da seleção da Alemanha. Eu não me sinto querido e acho que tudo o que eu conquistei desde a minha estreia internacional (na seleção), em 2009, foi esquecido.
No comunicado, que tem três folhas, Özil também se defende das acusações de que a foto com o presidente turco tenha cunho político e declarou que faria mais uma vez.
- Para mim, ter uma foto com o presidente Erdogan não tem a ver com política ou eleições, mas com o respeito que tenho ao mais alto cargo do país de minha família. Meu trabalho é ser um jogador de futebol e não um político. De fato, nós falamos sobre futebol sempre que nos encontramos, já que ele também era jogador na juventude – diz um trecho do documento. - Eu sei que isso pode ser difícil de entender. Um líder político não pode ser separado da pessoa. Mas neste caso é diferente. Eu faria a foto novamente.
FEDERAÇÃO REBATE ÖZIL
Em nota oficial, a federação rebateu as acusações de racismo feitas por Özil e afirmou que a diversidade é de 'importância fundamental em todos os níveis' do futebol da Alemanha.
- As fotos com o presidente turco Erdogan levantaram questões para muitas pessoas na Alemanha. Concordamos que a DFB também contribuiu para lidar com o tópico. E é lamentável que Mesut Özil tenha achado que não tinha sido suficientemente protegido como alvo de slogans racistas contra sua pessoa, como foi o caso de Jerome Boateng. Mas era importante que Mesut Özil, como Ilkay Gündogan antes dele, desse respostas a essa foto, independentemente do resultado esportivo do torneio na Rússia. Na DFB, ganhamos e perdemos juntos, tudo em equipe - diz a nota.
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