Lateral do Arsenal revela ataques homofóbicos por parte da torcida
Hector Bellerín afirma que recebe gritos homofóbicos nas partidas e já deletou suas redes sociais após ofensas; para o espanhol, é impossível ser abertamente gay no futebol
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O lateral-direito espanhol Héctor Bellerín, que atua no Arsenal desde 2011, fez revelações perturbadoras ao jornal The Times, da Inglaterra. Segundo o jogador, parte da torcida dos Gunners o persegue tanto dentro de campo quanto nas redes sociais, insultando-o com ofensas homofóbicas.
De acordo com a entrevista, Bellerín afirma que a torcida tem uma ideia de como um jogador deve se portar, e seus cabelos longos viram motivo de ofensa quando erra um passe no gramado.
- Alguns torcedores são muito ofensivos. A maioria dos insultos são online, mas outros acontecem no estádio. Eles me chamam de ‘lésbica’ porque uso cabelos longos, além de fazerem outros insultos homofóbicos. Quando eu erro algum passe, a situação se torna insustentável. O problema é que os fãs têm uma ideia de como um jogador deve se vestir, se comportar e como deve falar. Se você se comporta de maneira diferente do que eles esperam, se torna um alvo. É muita pressão. É muito perigoso.
Ainda segundo Bellerín, as ofensas nas suas redes sociais já atingiram um ponto tão crítico que o jogador se viu obrigado a encerrá-las momentaneamente para lidar com os insultos.
- O pior momento foi há um ano e meio. Eu tive que fechar temporariamente as minhas contas em redes sociais pelos insultos que recebi. Muitas pessoas me dizem coisas agradáveis, mas a maioria é insulto. Todos os dias eu busco aprender um pouco mais a lidar com a situação da melhor forma possível.
Hector Bellerín foi formado na base do Barcelona, mas assinou com o Arsenal aos 16 anos de idade. Hoje aos 23 anos, após sua longa passagem pelo futebol inglês, o lateral-espanhol vê o ambiente muito hostil para que um jogador gay se assuma diante do público.
- É impossível alguém ser abertamente gay no futebol. Alguns torcedores não estão prontos. Quando aconteceu no rúgbi com o jogador galês (Gareth Thomas), as pessoas respeitaram a situação. Os fãs respeitaram sua decisão. No futebol, a cultura é diferente. Pode ser muito pessoal, muito desagradável, especialmente para os jogadores da equipe adversária.
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