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Luiz Gomes: ‘Sobra dinheiro e falta DNA ao PSG’

'Com a mesma intensidade com que nada de braçada nos milhões de euros, o PSG se afoga na falta de um projeto esportivo realmente sólido e que sustente a gastança'

Mbappé Messi e Neymar - PSG x Saint-Etienne
Messi, Neymar e Mbappé, os astros do PSG (Foto: FRANCK FIFE / AFP)

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Talentos o PSG tem de sobra: Messi, Neymar, Mbappé o trio mais poderoso do planeta bola. Mas isso não é tudo. E outra vez os franceses ficaram pelo caminho, adiando o sonho de conquistar a Europa. E quiçá, conquistar o mundo. Mas qual a razão de um clube com um elenco tão (ou quase) galáctico como foi o Real Madrid dos anos 2000 não conseguir sair do lugar?

Como se sabe, desde a chegada do presidente Nasser Al-Ghanim Khelaïfi e seu fundo multimilionário do Catar, dinheiro deixou de ser um problema. Mas, com a mesma intensidade com que nada de braçada nos milhões de euros do catariano, o PSG se afoga na falta de um projeto esportivo realmente sólido e que sustente a gastança. É um clube em busca de um estilo, de descobrir sua essência, um clube em busca de um DNA. E esse é um requisito essencial para que se tenha verdadeiramente um time campeão.

Ter um DNA é que faz de clubes como o Barcelona, o Real, o Bayern de Munique ou o Liverpool serem o que são no futebol mundial. Neles, treinadores entram e saem, craques são comprados e vendidos, podem ocorrer mudanças táticas, de posicionamento, do jeito de marcar e atacar. Até variações de estilo. Mas o DNA, esse sempre estará ali, intocado.

E nada disso existe no PSG

Falta um projeto, falta direcionar os milhões do catariano para realmente montar um modelo de futebol. O PSG não gasta fortunas para construir um projeto. Faz contrações aleatórias, dribla as regras do fair play financeiro da UEFA para montar uma Torre de Babel em que ninguém, literalmente aliás, consegue falar a mesma língua.

É da genialidade de seus craques – os de hoje e dos últimos dez anos da era Nasser - que tem vivido o PSG temporada após temporada. Quando eles vão bem, o time vai bem. Quando vão mal, ainda que alguns mantenham seu brilho - como fez Mbappé contra o Real frente às apagadas atuações de Messi e de Neymar – o time também vai mal. Porque não sabe o que fazer em campo, porque não sabe qual é o seu jogo.

O PSG humilhado pelo Real no Santiago Bernabeu não é o mesmo que perdeu para o Bayern na final de 2020 no estádio da Luz em Lisboa, nem o que foi engolido pelo Barcelona na célebre goleada de 2017 no Camp Nou. Como não será o mesmo que em 2023 vai tentar, mais uma entre tantas vezes, levantar o caneco da Champions League. E não porque não foram, são os serão os mesmos jogadores. Mas porque falta esse tal de DNA para vencer.

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