Momento de Haaland reacende debate sobre trabalho de Guardiola no Manchester City
Centroavante tem perdido gols fáceis e não balança as redes desde o início de março
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A mais recente polêmica do futebol inglês, envolvendo os comentários do ex-jogador Roy Keane sobre Erling Haaland, recolocou em pauta um velho debate sobre o trabalho de Guardiola: seria o estilo de jogo do técnico um dos fatores que prejudicam o rendimento do centroavante?
Antes de qualquer coisa, é preciso entender os princípios que compõem o chamado "jogo de posição", estilo de jogo do técnico. De forma resumida, nesta forma de jogar os jogadores são distribuídos em diferentes posições do campo de modo a criar superioridade numérica em diversas regiões do campo.
Quem está perto da bola, se aproxima para dar opção de passe. Quem está longe da jogada, se mantém posicionado para condicionar a marcação, e espera a bola chegar para dar prosseguimento à jogada.
Dentro deste estilo, Haaland atua fixo no ataque e tem a função de prender a linha de defesa. Sua tarefa é evitar que os zagueiros adversários subam a marcação para pressionar os meio-campistas do City, que trocam passes curtos até encontrar o melhor espaço para atacar.
Mais do que isso: o norueguês trouxe ao time do espanhol maior agressividade no ataque, com as diagonais nas costas da defesa adversária - ou o popular "facão". Assim, o time, que antes se notabilizava apenas pelos passes curtos, ganhou também a opção da bola longa e dos passes em profundidade.
O resultado foi imediato: a temporada 2022/2023 foi a segunda com mais gols marcados sob o comando de Guardiola (151). Destes, Haaland foi responsável por um a cada três gols aproximadamente: foram 52 gols em 53 jogos, quase um por partida em média.
Estes números levaram o Manchester City ao inédito título da Champions League, além do tricampeonato consecutivo da Premier League e da Copa da Inglaterra.
E COM OUTROS CENTROAVANTES?
Os questionamentos sobre a dificuldade de Guardiola em atuar com um "camisa 9" de ofício não são novas. Para ser mais exato, elas vêm desde os tempos de Barcelona, quando o técnico teve atritos com Ibrahimović, a quem escalava para atuar na ponta-esquerda para acomodar Messi na posição de "falso 9".
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Em outros trabalhos, no entanto, o mesmo não ocorreu. No primeiro ano do técnico no Bayern de Munique, por exemplo, Mandzukic atuou em 48 dos 54 jogos da equipe na temporada, balançando as redes em 46 oportunidades.
Para a temporada seguinte, Guardiola recebeu o reforço de Lewandowski, que também brilhou neste estilo de jogo: foram 67 gols marcados em 100 jogos disputados, nas temporadas 2014/2015 e 2015/2016.
Vale lembrar também do rendimento de Sergio Agüero sob o comando do técnico, entre os anos de 2016 e 2021. Embora não seja um atacante fixo, como os citados anteriormente, o argentino chegou a marcar mais de 30 gols nas três primeiras temporadas ao lado de Guardiola.
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