Os investigadores dos Estados Unidos descobriram o que a gente, há muito tempo, ouvia dizer, sobre as falcatruas, propinas, etc. Isso vem desde a época do João Havelange. Tenho 55 anos, há estou 33 trabalhando na imprensa, e desde a década de 80 vejo que os campeonatos sempre foram feitos com negociatas, sempre favorecendo a alguns. Ao mesmo tempo que fiquei surpreso, estou satisfeito, pois quem deveria estar preso deverá continuar, mesmo em prisão vigiada. Agora o circo se fecha.
O senhor Ricardo Teixeira, o Del Nero, não podem ser extraditados, mas (as investigações) já chegaram até eles. Esse trabalho que os Estados Unidos faz colabora muito com o Brasil e nos ensina. Que a gente possa aprender.
Acho que isso já é um início, ainda que muito embrionário. Mas para quem não tinha nada, alguma coisa agora já pode nos levar a um caminho para acabar com esse corrupção, as falcatruas, propinas e todos esses crimes vexatórios que acontecem na CBF e que nos da nojo.
Acho que todos devem ter punições exemplares. Um crime desse nível é preciso pagar com prisão e a devolução do dinheiro a quem é de direito. No nosso caso, tirado do nosso futebol, por exemplo. É um desrespeito com o torcedor. Nós não tivemos só um rompimento da barragem em Mariana. Antes de ser rompida aqui, a lama começou no nosso futebol há mais de 40 anos.
Os clubes brasileiros agora devem ter um papel de cobrança. A maioria das federações do nosso país sempre votou em João Havelante, Octávio Pinto Guimarães, Nabi Abi-Chedid, Giulite Coutinho, Ricardo Teixeira, e assim continua a dinastia. Quando tem a votação, todas as federações escolhem esses candidatos. Isso me deixa revoltado. Isso tem de mudar.