Pool: Conheça um pouco mais do ex-presidente da República indiciado por corrupção no futebol
Rafael Callejas foi o mandatário de Honduras entre 1990 e 1994. No comando da federação de futebol, foi indiciado por receber propina em relação a direitos de transmissão
Rafael Callejas tem uma vida de êxito e escândalos. Um dos 16 indiciados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos nas investigações sobre a corrupção no futebol, é um homem muito popular em Honduras. Primeiro, por ter sido presidente da República, numa gestão conturbada. Depois, por assumir a presidência da Federação Hondurenha de Futebol (Fenafuth) em 2003, sendo que após a sua entrada, a seleção passou a obter suas maiores glórias, com classificação para duas Copas seguidas (2010 e 2014) e vaga nas Olimpíadas. Com o sucesso, entrou para o hall da fama da Conmebol em 2014.
Callejas foi o 48º presidente de Honduras, entre 1990 e 1994. Quando saiu, começou a viver com vários processos judiciais que durariam por 15 anos. Entre eles, destaca-se "A Família", que se refere à venda de máquinas estatais. As acusações pediam condenação por abuso de autoridade, violação aos deveres dos funcionários e malversação de dinheiro público. Também foi denunciado por falsificação de documentos, acusado de irregularmente conceder passaportes a 21 russos e um vietnamita. Callejas também enfrentou problemas num escândalo chamado "Petrolazo". Após ser condenado em algumas instâncias e vários recursos, Callejas finalmente se viu livre de tudo em 2009, quando a Justiça lhe concedeu 16 cartas de liberdade, considerando que o político sofreu grande perseguição política.
Nesse ínterim, alguns de seus problemas envolveram os Estados Unidos e isso levou Callejas a ter seu passaporte revogado para entrar em solo americano em 2006. Foi um grande golpe para o político que viveu 43 dos seus 72 anos em terras americanas. Agora o Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse que Callejas, ao lado de outro hondurenho indiciado e muito conhecido - Alfredo Hawitt, "apenas" o presidente da Concacaf - recebeu suborno da ordem de 600 mil dólares da Traffic, do brasileiro José Hawilla, para a cessão dos direitos de comercialização com a televisão para os jogos da seleção de Honduras.
- Obviamente estou preocupado, porém trabalhando na minha defesa, disse Callejas, respondendo sobre mais este problema que ele enfrentará na Justiça.