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Racismo contra Vini Júnior em foco: entenda o caminho que os membros do Governo devem usar em situação externa

Professor de Relações Internacionais da FGV avalia conduta do Itamaraty até o momento

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imagem cameraVini Júnior aponta para torcedor do Valencia: novo caso de racismo sofrido pelo atacante (Foto: JOSE JORDAN / AFP)
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Rio de Janeiro (RJ)
Dia 23/05/2023
07:30
Atualizado em 22/05/2023
22:13

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O repúdio diante do novo caso de racismo que o atacante Vini Júnior sofreu durante uma partida do Real Madrid se estendeu ao governo brasileiro. O fato do Itamaraty cobrar explicações da embaixadora da Espanha no Brasil, Mar Fernández Palácios, é um dos caminhos diplomáticos para demonstrar um alerta com relação a um brasileiro no exterior.

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Professor de Relações Internacionais da FGV, Vinícius Vieira detalhou como os países se manifestam diplomaticamente em situações como estas.

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+ Vini Jr publica vídeo de ofensas racistas sofridas na Espanha: ‘Desumano’

- A primeira manifestação costuma ser por uma nota de repúdio. Além disso, pede-se para autoridades de outro país demandar atenções, naturalmente dentro dos limites legais, quanto relação ao risco que uma pessoa esteja correndo - disse.

Em seguida, explicou o que vem acontecendo no caso do atacante do Real Madrid, que sofreu ofensas racistas da torcida do Valencia.

- Neste caso, há uma exigência de que a Espanha maior em relação ao que vem acontecendo ao Vini Junior. Ele passa por uma situação constrangedora, um caso de racismo. Chegou a sofrer ameaças de morte! - afirmou.

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A decisão de chamar a embaixadora da Espanha no Brasil para prestar esclarecimentos não é vista com surpresa por Vieira.

- Trata-se de um caso bem mais delicado. Por isso, o caminho indicado é o ministro das Relações Exteriores do Brasil chamar a embaixadora em Madrid. Trata-se de um convite, algo de praxe para que os dois países estabeleçam um diálogo, em busca de um acordo para evitar que se instaure uma crise diplomática entre Brasil e Espanha. Como a situação rendeu manifestações dos ministros Flávio Dino (Justiça e Segurança Nacional) e Anielle Franco (Igualdade Racial) e do próprio presidente Lula, a embaixadora da Espanha certamente aceitará o convite e se manifestará, pois há um interesse de que os dois países mantenham uma relação diplomática cordial - avaliou o professor.

O professor de Relações Internacionais projetou o desenrolar das negociações do Itamaraty.

- A atitude do Brasil foi proporcional ao que aconteceu com o Vini Júnior. Foi um episódio grave de ofensas racistas, a cobrança deve chegar às autoridades espanholas. Diante da conduta do governo brasileiro, da opinião pública e da proporção que o caso tomou, a Espanha sinalizará formas de cooperar com Brasil para encontrar soluções. Não é interessante para ele que prejudique sua imagem - disse.

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