Record: ‘Lavolpe, um treinador que deixa um legado no futebol mexicano’
Colunista do diário esportivo do México comenta sobre a importância do técnico argentino, que se aposentou, para a evolução do futebol no país da América do Norte
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O treinador Ricardo La Volpe anunciou na semana passada, que seu momento como técnico acabou e agora buscará tornar-se um diretor-esportivo ou fazer o que melhor obteve na carreira: guiar a carreira de jogadores mais jovens.
Sobram mais detratores do que seguidores para La Volpe. Porém, a verdade é que, quando o futebol mexicano medir o legado deste treinador argentino-americano, terá de colocá-lo em um patamar de alto privilégio. Podemos gostar ou não da sua personalidade, caráter, estilo irascível. Mas ele se coloca entre os maiores do futebol mexicano.
E começo corrigindo: La Volpe não deve ser considerado estrangeiro no México. Ele, como treinador, é mais mexicano do que argentino. Sua formação, seus fundamentos, suas crenças e sua própria vida ocorreram aqui. Conseguiu dar à maioria de suas equipes um selo, uma identidade e um estilo próprio.
Seu trabalho tocou e abalou o torcedor, a diretoria, o jogador, os outros técnicos e o jornalismo. Durante anos se falou de uma "corrente lavolpista", de sair jogando em toques desde a defesa (fato que o próprio Pep Guardiola apreciou na época e usou como exemplo em alguns de seus textos) para abrir o campo, tentar arriscar e por um jogo ofensivo e espetacular que acabou satisfazendo a todos.
La Volpe diz que seu melhor momento ocorreu na Copa das Confederações em 2005, quando o México surpreendeu e jogou de igual para igual com algumas das maiores potências, vencendo o Brasil na fase de grupos e caindo na semifinal para a Argentina nos pênaltis (o Brasil acabaria campeão). O agora ex-técnico põe aquela seleçao de Rafa Marquéz, Borgetti, Guardado & Cia acima daquele Atlante que o levou ao seu único titulo nacional como treinador no México e do Atlas tão encantador que foi o trampolim para o cargo de treinador da seleção.
Como qualquer outro técnico, La Volpe teve momentos bons e ruins, como a forma que saiu do Chivas quando comandava o clube pela segunda vez, ou não ter apostado em Cuauhtémoc Blanco na Copa-2006 .
Enfim, o legado de La Volpe está aí e seria inadmissível não reconhecer isso. O 'Lavolpismo' terá sempre um lugar especial na história do futebol mexicano.
Ignacio Trelles, Raúl Cárdenas, José Antonio Roca, Manuel Lapuente, Bora Milutinovic, Miguel Mejía Barón, Javier Aguirre, Víctor Manuel Vucetich, Enrique Meza, Ricardo Ferretti e Ricardo La Volpe. Este é o 11 ideal dos treinadores mexicanos.
NR: David Faitelson é colunista do 'Record, diário mexicano parceiro do pool do LANCE!, além de jornalista da ESPN (MEX)
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