‘Série’ Neymar: possível último capítulo recoloca astro do PSG perto do Barcelona

A situação de Neymar com o PSG não é mais uma novela, já tendo se tornado uma série. A cada ano, uma nova temporada é lançada com reviravoltas, tomadas de decisão, passos atrás e muito drama. Ao que tudo indica, porém, a tensão vivida entre as partes nesse momento pode ser considerada o começo do último roteiro da série.

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No último fim de semana, Neymar pediu à diretoria que o vendesse na janela de transferências e já foi comunicado que não faz mais parte dos planos para 2023-24. A situação pegou todos de surpresa, já que se esperava um protagonismo maior do camisa 10 com a chegada de Luis Enrique ao comando. Confira com o Lance! tudo o que envolve uma possível transferência do astro brasileiro.

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TEMPORADAS ANTERIORES
A série do caso de amor entre Neymar e PSG já teve momentos instáveis em outros anos. Em 2019, o jogador também entregou um pedido à diretoria para deixar a capital francesa e chegou a dizer que não faria a pré-temporada. Em sua estreia em 2019-20, após retornar de quatro meses fora dos gramados por lesão, foi vaiado e ofendido a cada toque na bola por um Parque dos Príncipes lotado, mas marcou um lindo gol de bicicleta aos 47' da segunda etapa e deu a vitória por 1 a 0 contra o Strasbourg. No fim do jogo, alguns aplausos puderam ser ouvidos das arquibancadas do estádio.

A situação foi se acalmando aos poucos e a temporada foi ótima, terminando com o vice da Champions League. No ano seguinte, decidiu novamente que sairia do Paris Saint-Germain e ficaria livre para assinar com qualquer clube já em janeiro de 2022, mas mudou de ideia e renovou o contrato até 2027. No último ano, foram feitas propostas e aproximações por clubes da Premier League. O atleta teve seu nome fortemente ligado ao Chelsea e ao Manchester City, além da sempre falada volta ao Barcelona. Porém, as negociações não se desenvolveram. Neymar, mais uma vez, ficou em Paris.

O QUE VEM ANTES DO CAOS?
A temporada 2022-23 vinha sendo ótima para o brasileiro. Números em alta, expectativa por uma campanha positiva na Champions e a tranquilidade reinando na capital. Porém, no dia 19 de fevereiro, em confronto com o Lille, veio a crise. Neymar marcou aos 17' da primeira etapa e fazia boa partida, mas aos três minutos da metade final, lesionou o tornozelo. Foram quatro meses fora dos gramados, com direito a uma cirurgia no local para reparação. O mesmo tornozelo chegou a tirá-lo de ação em um dos jogos da Copa do Mundo de 2022.

Sem Neymar em campo, a situação dos parisienses começou a piorar. Foram tropeços seguidos e uma leve complicação na liderança da Ligue 1, o que bastou para torcedores do clube irem até a porta de sua casa, protestando e exigindo sua saída. O astro não se opôs e tinha a intenção de sair, mas algumas mudanças o motivaram a ficar.

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A contratação de Luis Enrique pareceu motivar a estrela brasileira. Com o espanhol, Neymar atingiu o topo da Europa e jogou seu melhor futebol no Barcelona, chegando a marcar um gol na final da Champions League de 2015. Novas contratações, como Ugarte, Gonçalo Ramos, e o seu novo 'parça' Kang-In Lee, davam indícios de que a moral do brasileiro aumentaria para a permanência de forma focada. Não foi o que aconteceu.

AS AÇÕES NO MERCADO
Neymar surpreendeu a diretoria ao entregar uma requisição para ser vendido ainda nesta janela de transferências. Além de precificar o jogador em elevados 150 milhões de euros, o clube já o informou que não faz mais parte dos planos para a próxima temporada, semelhante ao italiano Marco Verratti. Nem o Media Day, com sessão de fotos para 2023-24, teve participação do atacante.

Com isso, os times começam a ficar de olho no mercado para fazer a contratação. Um retorno ao Barcelona é prioridade e o sinal verde já foi dado pelos franceses, mas os catalães passam por problemas financeiros. Isso significa que há duas possibilidades para concretizar a volta à Espanha: uma redução brusca dos 150 milhões de euros e também do valor salarial (é o segundo atleta mais bem pago da Europa), ou uma compra da Arábia Saudita e o posterior empréstimo aos culés, que parece a opção mais viável.

O clube árabe mais provável de exercer a compra é o Al-Hilal de Jorge Jesus. O Clube dos Príncipes chegou a manifestar um forte interesse em ter Lionel Messi nesta janela, mas não conseguiram evoluir nas negociações e se frustraram com a ida do campeão do mundo ao Inter Miami de David Beckham. A vaga estelar que Messi ocuparia pode ser preenchida pelo brasileiro.

Clubes da Premier League e da MLS também podem estar monitorando a situação. Em um momento anterior da janela, Neymar foi ligado ao Chelsea do bilionário Todd Boehly, mas propostas não chegaram a ocorrer. O Newcastle, comandado pelo fundo árabe, e o Manchester City de Pep Guardiola são os mais prováveis de realizar abordagens, mas até o momento, tudo está longe de ser concreto.

A SAÍDA É POSSÍVEL?
Alguns argumentos levam a crer que Neymar realmente deixará o PSG. Já não há mais clima com a torcida francesa; em todo jogo, o atleta é vaiado por parte dos aficionados parisienses e foi alvo de protestos mesmo estando fora dos jogos por lesão. A saída de Messi, seu grande amigo, também pode influenciar na escolha, já que a presença do camisa 10 foi um dos motivos pelos quais o argentino escolheu se transferir para a capital francesa em 2021.

Além disso, há também a visão da diretoria do Paris, que abriria um largo espaço em sua folha salarial e poderia reforçar ainda mais o elenco com novas peças. Mbappé, considerado a cara do projeto pelos mandatários, tomaria de vez o espaço como protagonista único da equipe e poderia repensar a renovação de contrato. O artilheiro da última Copa do Mundo tem seu vínculo expirando ao fim do primeiro semestre de 2024 e, por enquanto, está mais próximo de uma ida para o Real Madrid no próximo ano do que perto do acordo pela extensão.

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O QUE IMPEDIRIA?
Os prováveis destinos têm alguns problemas a lidar antes de pensar na contratação. O Barcelona, por exemplo, precisou passar por vendas e saídas de jogadores importantes, como Franck Kessié, Jordi Alba e Sergio Busquets, além do fechamento das atividades da Barça TV. As medidas tomadas por Joan Laporta liberaram cerca de 200 milhões de euros das contas, recolocaram o clube dentro das regras do Fair Play Financeiro e praticamente salvaram o Barça da falência. Porém, chegar à contratação de Neymar é recolocar um grande valor na folha salarial e precisar congelar outras compras, além de necessitar quase obrigatoriamente dos títulos para recuperar o valor.

O Al-Hilal, por outro lado, não vê o dinheiro como problema. O Crescente foi um dos bonificados pelo aporte financeiro do Fundo de Investimento Público local, que tem como intenção junto à Federação de Futebol da Arábia Saudita receber a Copa do Mundo de 2034 no país. Não há empecilhos quanto aos valores; o principal impeditivo é a vontade do jogador, que não dá indícios de desejar um movimento para o Oriente Médio. Aceitar a venda e buscar uma negociação por empréstimo ao Barça seria juntar o útil ao agradável, mas os anos posteriores, que seriam na Arábia, colocam em cheque essa possibilidade.

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JOGADOR CARO
Para se ter uma ideia de como funcionaria a situação, Neymar recebe um salário anual em torno de 50 milhões de euros, o equivalente a mais de R$ 268 milhões. O Al-Hilal chegou a oferecer 80 milhões na moeda europeia para ter o jogador na próxima temporada.

Além disso, caso os 150 milhões de euros pedidos pelo PSG sejam de fato a régua do valor de compra, a transferência entraria no top 3 da história do futebol. Em segundo, está a ida de Mbappé do Monaco para o clube francês, que custou 180 milhões de euros em 2018; quem lidera a lista é... Neymar. Sua compra, novamente envolvendo os parisienses, custou 222 milhões de euros e detém o recorde como mais cara.

SEGUE O JOGO
Enquanto a situação não se define, Luis Enrique pode relacionar Neymar normalmente para os jogos do Paris. No sábado (12), às 16h (horário de Brasília), o time do comandante espanhol entra em campo para enfrentar o Lorient no Parque dos Príncipes, em duelo válido pela primeira rodada da Ligue 1.