Após o gol de Piqué, o Barça baixou o tom e o Real Madrid soube aproveitar. Os blaugranas têm uma diferença importante à frente da Liga, mas não podem ser confiantes como fizeram ontem. Não há títulos fáceis. Não há presentes no futebol. Quando esses jogadores têm apelado para a humildade se tem saído. Ontem dominaram e viram a partida ganha. O Madrid, com uma a menos e um impressionante Marcelo, o melhor jogador “Blanco”, deu a volta no marcador e saiu vencedor do Camp Nou, ganhando autoestima e bom tom psicológico perto da Champions.
O Camp Nou fez uma grande homenagem a Johan Cruyff, cheia de emoção e sentimento, o que honra os fãs e todas as pessoas que a tornaram possível. O Barça se despediu como Cruyffe merecia, mas faltou a vitória. Normalmente, quando há tantas emoções antes, o resultado não acompanha. Foi o que aconteceu no encontro do Centenário em que ganhou o Atlético de Madrid. Ontem, o Barça acabou com excesso de confiança e o Madrid com muita fome.
Os de Zidane vieram temerosos e o Barça demolidor. Ramos devia ser expulso muito antes de quando foi, mas você não pode ir à procura de jogada a jogada porque havia de tudo. Os blaugranas efetuaram uma pressão sensacional durantes os primeiros 20 minutos e ganharam a posse, mas deu a impressão de que a partida se fez longa, muito longa. Com o gol de Piqué, o Barça pareceu que havia conseguido um objetivo, que teria outro em mente e o Madrid, no entanto, viu o momento de efetuar com mais precisão suas transições diante da ausência de pressão blaugrana.
O vírus da FIFA também foi fundamental. O tridente não teve seu melhor dia após as viagens, partidas importantes de seleções e pouco tempo para treinar. Mas esse Barça tem crédito e futebol para ganhar tudo. Se for ligado!
* Santi Nola é diretor do Mundo Deportivo