Uefa e Fifa promovem curso com foco em mulheres líderes no futebol
Parceria na organização do evento é inédita; programa relembrou experiências de sucesso de mulheres na área e dificuldades de atuar em meio ainda dominado por homens
Entre os dias 3 e 7 de dezembro, a parceria entre Uefa e Fifa organizou o programa Mulheres na Liderança do Futebol (WFLP, na sigla original em inglês), que aconteceu na sede da entidade europeia em Nyon, na Suíça. O objetivo do curso é inspirar lideranças femininas no esporte ao redor do globo.
30 participantes viajaram à Suíça para o evento vindas das mais diversas localidades - como Nova Zelândia, México e Coreia do Norte. Albânia, Belarus e Liechtenstein foram as associações europeias representadas pela primeira vez. O WFLP de 2018 foi uma parceria inédita entre Uefa e Fifa. 140 mulheres já tinham participado de edições anteriores e muitas graduadas subiram para posições sênior em suas confederações.
Os tópicos abordados incluíram os requisitos necessários para exercer boa liderança e experiências de mulheres em cargos altos no futebol. As atividades da semana incluíram um painel de debate com a participação da chefe do futebol feminino na Uefa, Nadine Kessler; além dela, esteve presente a oficial-chefe do futebol feminino da Fifa, Sarai Bareman. A discussão foi moderada por Eleanor Tabi Haller-Jorden, presidente e CEO do The Paradigm Forum, incluindo conversas sobre o que significa ser uma mulher líder em um meio ainda dominado por homens.
Em nota oficial, Uefa e Fifa garantiram torcer para que "o programa continue a preparar mulheres para assumir liderança e cargos de tomada de decisão no futebol". O WFLP também inclui um sistema de um ano de acompanhamento, com suas participantes embarcando numa jornada de desenvolvimento a longo prazo, aprendendo junto a figuras estabelecidas no futebol.
Chefe do comitê financeiro da Confederação de Futebol da Islândia, Borghildur Sigurdardóttir falou sobre a realização do programa na Suíça. Ela foi a primeira mulher a chefiar um clube da Premier League islandesa, o Breidablik, exercendo o cargo desde 2013.
- Quero ver mulheres terem um papel mais significativo em liderar indústrias, no mundo corporativo e na gestão esportiva. Quero ser um modelo para outras mulheres e meninas buscando uma carreira empresarial no jogo - declarou.
Administradora da seleção alemã masculina, Maika Fischer também citou o peso do curso ministrado pela Uefa e pela Fifa. Além da chance de dividir experiências com outras mulheres, a executiva mostrou ter reforçado as crenças em seus objetivos com a presença feminina na área.
- É uma grande honra ser selecionada para o programa. É sempre bom dividir histórias e experiências com outras mulheres. Você percebe que não é a única lutando por uma certa causa. Na verdade, reforça (os seus objetivos) saber que você não está sozinha. Você tem outras ao seu lado e atrás de você - finalizou.