LANCE! Espresso: briga no México reafirma tristeza: não há saída
Pelo menos 20 torcedores ficaram feridos em batalha campal no jogo Querétaro x Atlas
México, 5 de março de 2022. Uma briga chocante entre torcedores de Atlas e Querétaro deixou pelo menos 20 feridos, segundo números oficiais. Cenas chocantes de violência, de pessoas desacordadas sendo espancadas, várias delas nuas ou seminuas.
Dez anos atrás, no Egito, uma outra batalha campal no jogo Al-Masri e Al-Ahli deixou 70 mortos, vários deles por sufocamento, e 188 feridos. Em 1985, morreram 39 torcedores numa batalha entre torcedores do Liverpool e da Juventus, que jogavam a Taça dos Campeões Europeus em Heysel, na Bélgica.
Em 2018, o ônibus do Boca Juniors foi atacado antes da final da Libertadores, contra o River Plate. No Brasil, ainda que (até agora) uma briga não tenha terminado com tantas mortes, episódios de violência são banais e praticamente normalizados.
Um homem foi baleado ontem antes do clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro. Para não citar episódios recentes, como os ataques aos ônibus que levavam jogadores de Bahia, Grêmio e São Paulo. Em 1995, uma batalha campal entre palmeirenses e são-paulinos resultou em uma morte no Pacaembu.
Em casos assim, é tentador que soluções mágicas apareçam. Tem que parar o campeonato. Isso aconteceu no Egito, por um ano. Tem que suspender os times. Aconteceu com todos os times ingleses, por cinco anos. Aqui, torcidas organizadas foram proibidas, vários estados passaram a ter clássicos com torcida única, em São Paulo não são permitidas bandeiras.
A verdade é que no mundo todo, autoridades do futebol e também do Estado não sabem o que fazer. Ideias estapafúrdias são sugeridas, assim como medidas inócuas são tomadas. A sociedade é violenta. e o futebol é parte dela. Por mais triste que seja, não há solução próxima. As imagens do México não são as últimas.
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