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Calendário da CBF para 2021 reflete cenário desafiador do futebol brasileiro, dizem especialistas

Ao L!, presidente da Saferj aponta 'necessidade de sacrifícios' para ajuste de temporadas. Jornalistas temem queda de qualidade do futebol nacional com sequência de jogos

Rogério Caboclo foi eleito presidente da CBF
imagem cameraPara 'ajeitar' o próximo ano, os Estaduais de 2021 começarão quatro dias após o fim do Brasileiro de 2020 (Divulgação)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 21/08/2020
15:15
Atualizado em 22/08/2020
07:10

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A semana foi marcada pelo anúncio da CBF para o calendário do futebol brasileiro na temporada de 2021. A entidade viu como alternativas para ajustar o próximo ano de futebol fazer com que a bola comece a rolar no dia 28 de fevereiro (quatro dias após o encerramento do Brasileirão de 2020) e tenha final só em 5 de dezembro do ano que vem. Além disto, as competições nacionais não pararão durante a Copa América, que será realizada em 2021 na Argentina e na Colômbia entre os meses de junho e julho.

Presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Saferj), Alfredo Sampaio reconhece que a próxima temporada será desafiadora para quem estiver em campo. No entanto, afirma que não enxerga outra saída para que a sequência de datas vá se ajustando novamente.

- Sabíamos que o calendário de 2021 seria muito complicado. Mas, se não ajeitar as datas no ano que vem, a situação ficará ainda mais difícil em 2022, uma vez que é ano de Copa do Mundo. Não há um cenário perfeito diante do impacto causado pela pandemia - afirmou ao LANCE!, destacando:

- O futebol não é um universo à parte neste período difícil da história. Os jogadores também terão de passar por sacrifícios, infelizmente. Cabe a nós termos bom senso, senão vai embolar ainda mais o calendário - complementou.

Sampaio detalhou os efeitos causados pela pandemia do novo coronavírus.

- No fluxo normal, haveria o intervalo entre o fim da disputa entre o Brasileiro e o Estadual. Mas, na verdade, os jogadores tiveram férias coletivas em abril deste ano. O desgaste tende a ser maior após o período que completará um ano de férias. Agora, os atletas têm de entender que a CBF não tem para onde andar - e, em seguida, projetou:

- Vamos ver o que acontecerá especialmente com os Estaduais. Neste 2021 tão intenso, há chance de muitos clubes recorrerem a times alternativos nas competições estaduais. É um momento de paciência - completou.

QUEDA DE RENDIMENTO, 'CRIME DE LESA-FUTEBOL': JORNALISTAS OPINAM

CBF sede
Pandemia de Covid-19 trouxe sequelas no calendário (Divulgação)

A conduta da CBF foi vista com ressalvas entre os jornalistas esportivos. Colunista da "Folha de São Paulo" e do UOL, Juca Kfouri fez duras críticas ao planejamento de 2021 para o futebol brasileiro.

- Crime! Crime de lesa-futebol! Acarretará em um nível cada vez mais baixo do futebol brasileiro, em excesso de lesões, sonho cada vez maior dos jogadores em irem para a Europa e no domínio mais amplo do futebol europeu - declarou.

Comentarista da Fox Sports e das rádios Globo e CBN, Rafael Marques crê que a entidade colhe os efeitos de uma "bola de neve" que ela mesma causou.

- Por conceito, desde o inicio me posicionei de maneira contrária ao retorno do futebol, por entender que a preservação das vidas precisa ser soberana. Diante do achatamento do calendário de 2020, a CBF gerou contra si uma pressão para que o calendário de 2021 seguisse a mesma lógica - e detalhou:

- Por ser um meio economicamente muito relevante no Brasil, o futebol brasileiro tem pressa, atropela processos, se impõe perante a lógica do razoável. Dentro deste cenário insano e inconsequente, ao menos a Confederação Brasileira de Futebol não pode ser acusada de incoerente - acrescentou.

Comentarista da Rádio Tupi, Washington Rodrigues também vê no calendário de 2021 os efeitos colaterais dos compromissos que a CBF firmou.

- Este calendário achatado se tornou uma necessidade em função dos impactos da pandemia, que causaram até a antecipação de férias dos atletas. Creio tudo isto trará um prejuízo ainda maior em competições que já estão nesta retomada com um nível técnico muito ruim. O ano de 2021 corre o risco de treinadores e também do desinteresse maior de torcedores. O produto ficará muito deteriorado!  - disse.

O "Apolinho" ainda evidenciou uma preocupação com o desgaste dos jogadores.

- Além da competição nacional se tornar uma montanha-russa maior do que a edição atual, os preparadores tendem a sofrer com muitas lesões de atletas. Quem tiver um elenco de mais qualidade deve ter uma ligeira vantagem, mas também não tanta - e constata:

- O calendário é cansativo, pois há uma série de competições paralelas. Mas não dá para abrir mão de compromissos comerciais com a TV, especialmente após um período no qual os clubes tiveram prejuízo com a ausência de público nos estádios, com a redução dos sócios-torcedores. Será bem desafiador - completou.

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