Reinventar o modelo de gestão do futebol brasileiro. Foi dessa forma que dirigentes de grandes clubes avaliaram as necessidades para o esporte mais popular do país sair da crise política e administrativa pela qual passa atualmente. Para atingir esse objetivo, mudanças profundas na forma como a CBF administra o futebol brasileiro foi um ponto unânime entre os dirigentes.
O assunto foi tema de debate envolvendo os presidentes de Grêmio, Romildo Bolzan Jr., e Santa Cruz, Alírio Moraes, e do vice-presidente de finanças do Internacional, Pedro Affatato, durante a ExpoFut, que ocorreu na Arena Corinthians, em São Paulo.
- A ruptura política dentro da CBF é uma saída e o primeiro passo é saber como romper isso. Acredito que ela possa ocorrer mas vai demorar pela forma corrompida que ela foi montada - afirmou o presidente do Grêmio, criticando o o sistema de colégio eleitoral tanto da CBf como também para as federações.
Já o presidente do Santa Cruz, time que volta para a elite do futebol após 10 anos, aponta que o momento ruim deve-se muito pela falta de credibilidade do futebol brasileiro.
- Sou a favor da implementação de um novo sistema de gestão pois é inegável que vivemos uma crise por conta da falta de credibilidade que instalou em nosso futebol - comentou o dirigente pernambucano.
O maior poder para os clubes e a formação de ligas para organizar os torneios no país foi uma das soluções apontadas para melhorar o cenário do futebol brasileiro. Segundo o vice-presidente de finanças do Inter, o momento é ideal para que os clubes se fortaleçam frente as iniciativas da CBf.
- Temos que aproveitar esse momento para tentar de forma unida mudar esse cenário ruim do futebol brasileiro - disse Affatato.
"O processo de auto-organização por parte dos clubes é a saída para a crise do futebol brasileiro", Romildo Bolzan Jr.
Tanto Inter quanto Grêmio fazem parte da Liga Sul-Minas-Rio, que tenta tirar do papel a Primeira Liga já para a próxima temporada. Entretanto, a avaliação é que ainda há muito a caminhar para que os clubes tenham em mãos a organização do principal torneio de futebol do país.
- O processo de auto-organização por parte dos clubes é a saída. Mas, lamentavelmente, esse processo é muito difícil por conta dos vícios que há nas eleições para as entidades que organizam o nosso futebol - apontou Bolzan Jr.