‘O contraste entre clubes-empresas e associações ficará mais nítido’, diz deputado Pedro Paulo
Ao L!, parlamentar ressalta que a pandemia do novo coronavírus exigirá ainda mais atenção para agremiações se recuperarem em campo: 'A hora é de dialogarmos'
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O forte impacto no gramado devido à pandemia do novo coronavírus deixa mais latente a expectativa de uma mudança de rota no futebol brasileiro. Relator do projeto do clube-empresa (que foi aprovado na Câmara), o deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ) não esconde que o futebol continuará a encarar realidades diferentes em toda a sua estrutura.
- Na Primeira e na Segunda Divisão, já vemos agremiações que carecem de uma estrutura mais empresarial e precisarão de uma ajuda maior. O problema ficará maior entre clubes que, antes mesmo da pandemia, já enfrentavam grandes problemas financeiros - disse.
Ao LANCE!, o parlamentar discorre sobre a maneira como o Governo vem socorrendo os clubes neste momento difícil e aponta como o projeto de clube-empresa terá de lidar com a pandemia do novo coronavírus.
LANCE!: Quais são os caminhos para os clubes brasileiros voltarem a se estruturar diante dos tempos difíceis de uma pandemia?
Deputado Pedro Paulo: Primeiramente, é necessário fazer uma divisão entre clubes das Séries A ou B e os milhares de clubes recreativos que basicamente são centros de lazer, mas têm pessoas empregadas. Já na Primeira e Segunda Divisão nacional, por exemplo, vemos agremiações que carecem de uma estrutura mais sólida, e vão necessitar de um recurso de capital de giro para se reestruturar e voltar a conseguir a competitividade que tinham em outros momentos. Sem dúvida, haverá muitos desafios em relação a pagamento de parcelas do Profut e, assim, conseguirem novas perspectivas.
L!: A linha de crédito foi um caminho encontrado para o Congresso contribuir com os clubes diante dos efeitos desportivos causados pelo novo coronavírus. Qual tem sido a importância dela?
Cada caso é um caso. O Flamengo, que conseguiu consolidar sua estrutura financeira, utilizou a linha de crédito estritamente para garantir seu fluxo de caixa. Porém, ela é relevante para que clubes garantam seus funcionários empregados, com carteira assinada. Uma coisa também crucial neste momento é que os clubes consigam novo refinanciamento das parcelas no Profut e possam honrar seus compromissos.
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L!: Mesmo com o projeto de clube-empresa ainda a ser avaliado no Senado, algumas agremiações já mostraram interesse nesta mudança. Crê que, no cenário pós-pandemia, haverá novas preocupações?
Por mais que seja difícil projetar grandes mudanças, em especial no momento que o mundo atravessa, a hora é de dialogarmos internamente e sabermos quais são os próximos passos a tomarmos. Estamos confiantes que conseguiremos aprovar o projeto de lei do clube-empresa no Senado.
L!: Como atrair investidores em um cenário tão delicado quanto o desta pandemia?
De fato, é muito difícil. Acredito que o caminho do clube clube seja acessar o crédito subsidiado e, aí, sim, manter um nível de reestruturação. Mas isto vai depender da maneira como agirá cada diretoria.
L!: O clube-empresa será a saída para muitas agremiações reagirem?
Acredito que sim. Quando chegarmos ao pico da crise (do novo coronavírus), ficará mais evidente o contraste em relação aos clubes que não adotaram este modelo. Clubes que sofrem com déficit gigantesco e mantêm o formato de associações tenderão a ficar para trás. O discurso terá de mudar e ficar voltado para uma gestão mais profissional.
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