Delator volta a citar a Globo e diz que emissora pagou suborno por Copa
Alejandro Burzaco disse novamente que emissora brasileira atuou com propina
No segundo dia seguido de depoimento como testemunha no julgamento que aborda o esquema de corrupção envolvendo dirigentes do futebol sul-americano e o mercado de compra de direitos de transmissão de competições internacionais, mais uma vez a Globo foi citada pelo argentino Alejandro Burzaco.
Ex-CEO da empresa Torneos y Competencias, ele disse que a companhia se juntou com a emissora brasileira e a mexicana Televisa para o pagamento de US$ 15 milhões de propina para assegurarem dos direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2026 e 2030. O destinatário do dinheiro, pelo relato de Burzaco, é o já falecido dirigente argentino Julio Grondona, que também fazia parte do Comitê Executivo da Fifa.
O acordo teria sido costurado em março de 2013. Segundo o delator, que já admitiu culpa perante a Justiça dos Estados Unidos, um encontro em Zurique, sede da Fifa, selou o acerto. O destino do dinheiro, pelo testemunho, foi uma conta em um banco suíço chamado Julius Baer.
Alejandro Burzaco é testemunha no julgamento que tem como réus os ex-presidentes da CBF, José Maria Marin, da Conmebol, Juan Ángel Napout, e da Federação Peruana, Manuel Burga.
No dia anterior, a citação em relação a Globo foi a respeito de mais caso de pagamento de propina, inclusive com uma citação ao ex-diretor da emissora, Marcelo Campos Pinto. Ele teria participado de um encontro em Buenos Aires no qual ficou acordado suborno a Marin e Del Nero pelos direitos de transmissão da Libertadores e da Sul-Americana.
Em nota, a Globo afirmou "veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina". A emissora acrescentou ainda que "em amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos".