O delegado da Polícia Civil de São José dos Pinhais (PR), Amadeu Trevisan, afirmou nesta quarta-feira que não houve tentativa de estupro por parte do meia Daniel contra Cristiana Brittes, mulher de Edison Brittes, suspeito de assassinar e torturar o jogador.
De acordo com Trevisan, a conclusão veio após ouvir depoimentos de quatro testemunhas que estavam na casa onde o crime começou. O delegado afirma que as testemunhas disseram não ter escutado nenhum grito de Cristiana, conforme relatou a família Brittes.
- Das testemunhas que nós ouvimos e que estavam na casa, ninguém ouve o grito da Cristiana pedindo socorro. E ninguém ouve o ruído de Juninho (apelido de Edison Brittes) arrombando a porta. Não se tratava de uma mansão, era uma casa pequena e as pessoas estavam próximas - afirmou o delegado ao Uol Esporte.
Amadeu Trevisan chegou a falar que o jogador estava muito bêbado no momento em que foi flagrado na cama com a esposa de Edison.
- Não houve a tentativa de estupro, mesmo porque o Daniel estava com 13,4 decigramas de álcool no sangue. Então, ele estava muito embriagado, estava muito aquém de conseguir realizar algum estupro - concluiu.
No depoimento à Polícia Civil, o suspeito disse que encontrou Daniel tentando estuprar sua esposa. Enquanto Cristiana contou que começou a gritar por socorro quando acordou com Daniel deitado sobre ela de cueca. A mulher contou que o marido foi o primeiro a entrar no quarto, depois de arrombar a porta.
Por sua vez, Allana, a filha de 18 anos do casal, relata que ouviu gritos na casa durante sua festa e que, ao chegar no quarto de seus pais, encontrou Edison segurando Daniel pelo pescoço, "como se o enforcasse".
Daniel foi encontrado morto no último dia 27 em uma plantação de pinos, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.
O jogador pertencia ao São Paulo e estava emprestado para o São Bento (SP). Daniel surgiu nas categorias de base do Cruzeiro. Antes de se tornar profissional, reforçou o Botafogo em 2013, no qual teve espaço na equipe principal e se destacou no ano seguinte. Em dezembro de 2014, chegou a conversar com o Palmeiras, mas foi reprovado nos exames médicos e acabou contratado pelo São Paulo.