Desabafo: Murad critica ‘descaso do poder público’ após caos no Engenhão
LANCE! aborda o conceituado sociólogo a respeito das brigas envolvendo torcedores de Botafogo e Flamengo, ocorridas no último domingo
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No último dia 12, mais um domingo trágico para a sociedade brasileira: novamente, criminosos utilizaram o futebol como pano de fundo e, no clássico entre Botafogo e Flamengo, pelo Campeonato Carioca, brigaram nos arredores do Engenhão - as confusões resultaram em uma pessoa morta e outras feridas.
Procurado pelo LANCE! para abordar o tema, o sociólogo Mauricio Murad, que escreveu o livro "Para Entender a Violência no Futebol", em tom de desabafo, frisou a ausência de planejamento da Polícia Militar, entre outras abordagens.
CONFIRA AS PALAVRAS DE MURAD ABAIXO
De novo cenas de selvageria e descaso do poder público. Os mesmos vândalos organizando tudo pelas redes sociais desde o início da semana, sob o silêncio das forças de segurança. Conclusão: uma praça de guerra no Engenhão, muitos feridos, dois graves e um morto a tiros, de 28 anos. Impunidade! O Brasil continua a ser campeão de mortes comprovadas de torcedores, por conflitos entre gangues infiltradas nas torcidas. O mesmo quadro de anos.
Mas, desta vez no Engenhão, há que se agregar um novo e trágico componente: a falência financeira e moral do Governo do Rio, do que foi e do que está. A crise na segurança é conhecida e, claro, abre espaço para a bandidagem. Não houve planejamento suficiente, nem em quantidade nem em qualidade. O que dizer do número de PMs dentro do estádio? Apenas 48 para um público esperado de 30 mil pessoas. O próprio comandante do Gepe, grupamento especializado em estádios, não foi ao Engenhão, uma vez que ficou "preso" pelo movimento de familiares no portão do quartel. Um caos. A sociedade brasileira não merece isso!
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