E(L!)eições 2018 – Marina Silva: ‘Esporte é investimento e não gasto’
Candidata pela Rede Sustentabilidade planeja um governo mais atuante no setor, propõe novos mecanismos para desenvolvimento e fala em aumentar a infraestrutura no país<br>
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Contribuir para que o esporte seja parte importante na formação da cidadania é a grande expectativa de Marina Silva. A candidata à Presidência da República pela Rede Sustentabilidade tem entre seus planos ampliar a atuação do Ministério do Esporte, dando mais subsídios para a formação de atletas e valorizando locais onde há atividades.
O LANCE! publica nesta terça-feira sua nona entrevista com um candidato a presidente da República. Foram feitas dez perguntas por e-mail - iguais para todos os presidenciáveis - a respeito de planos de desenvolvimento e futuro do esporte no país. As publicações acontecem em ordem alfabética. Nesta quarta-feira, será a vez de Vera Lúcia (PSTU).
LANCE!: Quais são os seus planos para desenvolver o esporte no Brasil, tanto de base quanto de alto rendimento?
Marina Silva: Nosso documento de Diretrizes e Prioridades de Governo tem um capítulo específico para a política de Esporte. Em primeiro lugar, é importante dizer que, no nosso entendimento, esporte é investimento e não gasto.
Estudos importantes confirmam que investir no oferecimento de esporte para a população de todas as idades faz economizar em outros setores, fundamentalmente em saúde e segurança. Além disso, é um direito assegurado na própria Constituição Brasileira, que promove a integração entre as pessoas e oferece oportunidades.
Propomos incentivar a educação física nas escolas do ensino básico, nos moldes da Base Nacional Comum Curricular, oferecida por profissionais com licenciatura na área e a ampliação da construção de quadras esportivas cobertas nas escolas de ensino fundamental.
Incentivaremos também a prática de esporte e atividades físicas por todas as idades, de crianças a idosos, oferecendo apoio técnico e financeiro para que Estados e Municípios possam cumprir a meta de oferecer espaço público adequado à atividade física para cada grupo de 10 mil habitantes; e implementem ciclovias, pistas de corridas e caminhadas, que interliguem os espaços residenciais e os comerciais, em Municípios com mais de 100 mil habitantes.
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"Investir em esporte é também investir em saúde e segurança"
A edição da Medida Provisória 846 assegurou aumento dos recursos das loterias para o esporte após uma grande mobilização do setor, insatisfeito com os cortes que a MP 841 causaria, devido ao plano do governo federal de priorizar a segurança pública. Se eleita, pretende mexer na distribuição dessas verbas destinadas ao esporte? Se sim, de que formas?
Vamos atuar no sentido de garantir que a segurança pública tenha os recursos necessários sem comprometer os recursos destinados ao esporte. Nos comprometemos a um aumento substancial dos recursos federais destinados ao esporte que, apesar de sua importância fundamental para a saúde e a formação da cidadania, nunca recebeu o apoio adequado.
Em tempos de recessão econômica, como é possível evitar que o país caia em um declínio esportivo? Pretende manter o padrão brasileiro atual de investimentos no esporte?
Em tempos de recessão econômica é necessário aumentar a eficiência dos gastos públicos e eleger prioridades. Investir em esporte é também investir em saúde e segurança, sendo fundamental atrair a participação do setor privado.
A CBF esteve envolvida nos últimos anos em uma série de escândalos de gestão. Ex-dirigentes já foram banidos do futebol e até presos. Que avaliação faz da atual diretoria? O governo deve intervir na gestão do futebol e da entidade? Se sim, de que forma?
A CBF é uma entidade privada e autônoma, não cabendo ao governo interferir em sua gestão.
O que acha da atuação do Ministério do Esporte? Pretende manter o investimento em planos de incentivo direto aos atletas, como o Bolsa Atleta?
O Ministério do Esporte deve ampliar sua atuação na promoção do esporte de base e do esporte de participação com o objetivo de incentivar a sua prática entre jovens, adultos e idosos. O Bolsa Atleta será mantido como incentivo aos atletas, mas com o objetivo de mantê-los em atividade, treinando e se preparando para as competições. Pretendemos manter estes incentivos e construir outros mecanismos de regulamentação e apoio que tornem o esporte de alto rendimento menos dependente dos recursos públicos, incentivando a criação de polos de prospecção e desenvolvimento de jovens talentos e, numa sequência, de desenvolvimento desses atletas até o alto rendimento.
"O Ministério do Esporte deve ampliar sua atuação para incentivar a prática entre jovens, adultos e idosos"
Em um eventual governo seu, o Ministério do Esporte ficará a cargo de uma pessoa com forte conhecimento sobre o assunto ou utilizada em barganha?
A composição do nosso governo será feita com base em critérios de competência e idoneidade.
O governo federal é responsável pela gestão de boa parte das instalações utilizadas nos Jogos Rio-2016, por meio da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO). Como pretende administrá-las e que medidas tomará para que a população e os atletas do país usufruam do legado do megaevento? A AGLO será mantida caso seja eleita?
A AGLO será mantida na gestão do Parque Olímpico no Rio de Janeiro, enquanto for necessária para garantir uma política de utilização adequada do legado olímpico. Toda essa infraestrutura deve ser melhor utilizada, inclusive por meio de parcerias com entidades voltadas ao desenvolvimento do esporte, evitando sua deterioração e envelhecimento, enquanto há milhares de potenciais atletas precisando de uma oportunidade.
É necessário destacar, no entanto, que existem diversas outras instalações pelo país afora, construídas ou reformadas para os Jogos, que também merecem atenção do governo, como o Centro de Formação Olímpica em Fortaleza, o Centro de Judô em Lauro de Freitas (BA) e várias instalações em universidades federais.
Quais são seus planos para evitar que o legado da Copa do Mundo de 2014 seja abandonado?
A construção de quase todos os estádios da Copa do Mundo coube aos estados, não sendo responsabilidade do governo federal. O melhor a se fazer é fomentar o crescimento da prática do futebol para que os clubes possam levar mais torcedores aos estádios.
O governo brasileiro vem "socorrendo" clubes financeiramente em medidas como o Profut. O que acha do programa? O seu governo dará suporte aos clubes do pais? De que formas?
A prioridade do nosso governo será promover políticas que atendam ao interesse público, voltadas à ampliação da prática esportiva. Não cabe ao governo socorrer clubes, que devem buscar soluções na boa gestão e nas parcerias com o setor privado.
"A infraestrutura do Parque Olímpico deve ser melhor utilizada. Mas outras instalações pelo país merecem atenção do governo"
A partir de 2019, clubes que não tiverem um plantel de futebol feminino não poderão disputar a Libertadores. Acha que essa medida é um incentivo eficaz para o desenvolvimento da modalidade no país? Em um eventual governo seu, os esportes olímpicos e o futebol feminino terão alguma atenção?
Sim, vamos incentivar os esportes olímpicos e o futebol feminino.
QUEM É ELA
Nome completo: Maria Osmarina da Silva Vaz de Lima
Nascimento: 08/02/1958 - Rio Branco (AC)
Vice: Eduardo Jorge (PV)
Coligação: Unidos Para Transformar o Brasil (REDE / PV)
Ocupação declarada: Historiadora
Bens declarados: R$ 118.835,13
NO ESPORTE
Time de coração: Palmeiras
Ídolos no esporte: Além dos óbvios Garrincha e Pelé, por influência do meu pai, gosto do Zetti
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