L! Espresso: Lisca faz sucesso, mas é preciso mostrar mais que carisma
O futebol reserva um espaço especial aos grandes personagens, sobretudo aqueles que transformam o carisma em títulos
Ninguém mais discute o papel de Lisca na ressurreição do Ceará no Campeonato Brasileiro após a parada da Copa do Mundo. Antes de sua chegada, apenas cinco pontos em 12 jogos. Um time fadado ao rebaixamento que hoje, com 37 pontos, na 13ª colocação, já está à frente, por exemplo, da dupla carioca Vasco e Botafogo e apenas a dois do Corinthians - a quinta melhor campanha do returno. Mas não se pode chegar à conclusão apressada de que o treinador do Vozão teria sucesso em times de maior estrutura. Apesar de bastante rodado - oito equipes nos últimos quatro anos, contando duas passagens por Náutico e Ceará, Lisca é jovem, apenas 46 anos. Sua única chance num time grande, porém, foi em uma situação à beira do precipício, assumindo o Internacional prestes a ser rebaixado, em 2016. Sempre que possível, o treinador deixa claro que busca chances em praças de maior impacto no futebol e que sofre com o preconceito da própria alcunha que carrega - Lisca, o Doido. Há duas visões sobre isso: se por um lado fortalece a imagem do personagem, por outro pode ofuscar suas outras qualidades profissionais. Lisca deve continuar carregando sua loucura, mas, quando uma nova oportunidade surgir, o que não é nada improvável após este Brasileirão, precisará mostrar algo além da forte empatia com o torcedor. O trabalho feito com o Ceará é algo notável: neste momento, o time enfrenta todos os adversários de igual para igual e joga um futebol superior ao que o elenco no papel mostra. O futebol reserva um espaço especial aos grandes personagens, sobretudo aqueles que transformam o carisma em títulos. Lisca ainda não chegou lá, mas há tempo suficiente para percorrer este caminho.
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