Seis juízes em campo e nenhum deles viu o espetáculo grotesco que Felipe Vizeu e Rhodolfo proporcionaram aos quase 13 mil torcedores que estavam na Arena do Urubu. Depois de um lance de escanteio na área rubro-negra, os dois trocaram cabeçadas, entre gritos e empurrões. E, justo na jogada seguinte, quando marcou o terceiro gol do Flamengo, o atacante comemorou com um gesto obsceno dirigido ao zagueiro do outro lado do campo.
Pela regra, ambos deveriam ter sido expulsos. Mas tudo não passou de "uma discussão normal" para o sexteto de arbitragem. Aliás, por pouco não foi Jô que pagou o pato, recebendo o amarelo por cobrar providências contra os brigões. É óbvio que o caso não vai acabar ali. E nem poderia. O STJD vai usar as imagens e certamente os rubro-negros serão punidos. Espera-se, contudo, que a CBF faça o mesmo e enquadre Wagner Reway, do quadro da Fifa. O apitador precisa urgente ou de um exame de vista, assim com seus auxiliares, ou de reestudar as normas do jogo. Quem sabe, as duas coisas.
Pelo menos uma pessoa gostou do que viu: o colombiano Reinaldo Rueda. A entrevista do treinador após o jogo foi surpreendente.
- A equipe precisa disso, é normal. A reação de um jovem como Vizeu pela cobrança, o time precisa disso. O excesso de parceria não cai bem - disparou frente a atônitos jornalistas.
Embora o discurso oficial seja de que tudo ficou resolvido no intervalo, após pedidos de desculpas de parte a parte, o clima na Gávea está tenso, às vésperas da decisão da Sul-Americana, na quinta. A obrigação de conquistar uma vaga na Libertadores, de 2018, seja pelo título ou pela tabela do Brasileirão, tem feito de cada treino um jogo. O que pode ser estimulante, mas desde que a comissão técnica tenha pulso e inteligência para manter as coisas dentro dos limites da civilidade. Não foi o que se viu ontem na Arena da Ilha, com o time vencendo. Imagina se o placar fosse outro.