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Forte Futebol decide negociar com TV em bloco e coloca mais um empecilho em formação de Libra

Reunião selou alinhamento de Internacional e Atlético-MG a grupo contrário à Liga

Forte Futebol
imagem cameraDirigentes dos 25 clubes integrantes do Forte Futebol nesta quarta, na sede da CBF (Foto: Reprodução/Twitter)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 08/06/2022
18:01
Atualizado em 08/06/2022
18:19

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O grupo Forte Futebol, que reúne clubes das séries A e B e é contrário à proposta de divisão de receitas da Libra (Liga Brasileira de Clubes) anunciou nesta quarta-feira (8), após reunião na sede da CBF no Rio de Janeiro (RJ), que passará a negociar seus direitos de televisão em bloco a partir de 2025, quando os contratos atuais com a TV Globo se encerram. O grupo ganhou força ainda maior, com a adesão de Internacional e Atlético-MG, que antes estavam neutros nas negociações.


A notícia foi recebida com frieza por dirigentes de alguns dos 13 clubes integrantes da Libra ouvidos pelo LANCE!. Entre lamentos pelo anúncio ter sido feito sem que eles fossem consultados, há indefinição sobre a chance dos próprios clubes organizarem de vez o Campeonato Brasileiro.

- Há dúvidas sobre o que se pode acontecer a partir de agora. Se o caminho escolhido é por negociarem algo sem nossa presença, teremos que rever conceitos. O objetivo é evitar que haja um novo Clube dos 13 e que essas alianças sirvam apenas para negociações com a televisão. Queremos mais que isso - disse um dos dirigentes ouvidos pela reportagem e, por apontar que não falava em nome da Libra, pediu anonimato.

Outros integrantes, como o presidente do São Paulo, Júlio Casares, tratam com naturalidade a questão e ainda mantém a fé em uma união de todos os clubes.

- Creio que sim (tempo para formação da Liga). Dá tempo. Mas não falo pela liga. Os clubes devem ponderar. Todos - disse Casares ao L!.

+ GALERIA: Veja quais clubes já aderiram à Libra e quem está à espera

Ponderação também é o termo usado pelo Forte Futebol para que haja um consenso. Segundo representantes do grupo, a decisão de adotar uma negociação em bloco pode ser vista sim como uma forma de pressionar a Libra.

- Hoje não existe uma liga para organizar o Campeonato Brasileiro. Por isso fundamos este grupo, para discutir o futebol brasileiro e negociar em conjunto. Não há boa vontade do lado da Libra. Com a Lei do Mandante, ninguém é mais do que ninguém. Nós queremos ser um bloco que pensa no futebol brasileiro de maneira racional, e não radical, pensando principalmente num bom produto, numa grande liga futura. Precisa ter flexibilidade de todos os lados. Se for radical, vai ficar do mesmo jeito - disse o presidente do Atlético-GO, Adson Batista, que esteve presente no encontro desta quarta.

A única sinalização de trégua vinda da Libra ocorreu em maio, quando houve uma sinalização da Codajas Sports Kapital (CSK), empresa com quem o grupo já tem engatilhada junto ao banco BTG o acordo para assumir as rédeas do negócio em 2025, de que as regras na divisão de receitas estabelecida em seu estatuto poderiam ser flexibilizadas diante de certos requisitos que teriam de ser atendidos.

Na tentativa de acerto, a Libra define a manutenção de 40% da receita igualmente entre todos os participantes da competição, 30% de variável por performance e 30% por engajamento, mas só se as receitas se mantiverem até R$ 4 bilhões.

Caso passe desse montante, admite adotar o modelo da inglesa Premier League, exigido pela Forte Futebol: 50% divididos igualmente, 25% por performance e 25% da receita nos critérios de engajamento.

TABELA
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ENTENDA TUDO SOBRE A FORMAÇÃO DA LIGA BRASILEIRA DE CLUBES:

PODER

Quem vai mandar na Libra? Essa é uma pergunta essencial para parte dos 25 integrantes do Futebol Forte. Há consenso entre Athletico, Fortaleza e Fluminense, o trio de ferro do bloco, que paulistas e Flamengo querem enfiar a entidade na marra e que haverá pouco espaço para eles na cadeia de comando, mesmo sob uma hipotética gerência empresarial com profissionais de fora.

Há reclamação por parte dos times da Segundona também. Com o estatuto da Libra como foco. Isso porque o texto prevê que os 20 integrantes da Série B tenham poder de voto de peso um ante o peso dois dados aos da Série A.

O DINHEIRO

É importante ressaltar que o Brasileirão da Libra entraria em funcionamento', digamos assim, apenas em 2025, quando vencem os atuais contratos da CBF com patrocinadores e, principalmente, a TV Globo.

Diante disso, a Liga já está acertada com a Codajas Sports Kapital (CSK), que tem o apoio do banco BTG e promete receitas na margem de até R$ 5,1 bilhões com patrocínios e direitos de transmissão.

TV

Nos bastidores, conforme o L! apurou, Amazon e Globo, dobradinha que já atua na Copa do Brasil, por exemplo, estariam de olho na Libra e demonstraram interesse na compra conjunta dos direitos.

Há ainda questões como direitos ao nome do torneio, publicidade estática nos campos de jogo, exploração da marca e TV no exterior, que aumentaria o faturamento. Segundo estudos da Liga, o Brasil tem potencial para pelo menos se igualar à França, o que deixaria o país entre as dez ligas mais valiosas do mundo.

O QUE A LIBRA DEFINIU

Em seu estatuto, a Liga definiu a divisão de 40% da receita igualmente entre todos os participantes da competição, 30% de variável por performance e 30% por engajamento.

Esse último item é definido por critérios como média de público no estádio, base de assinantes de pay-per-view, número de seguidores e engajamento em redes sociais, audiência na televisão aberta e tamanho da torcida.

FUTEBOL FORTE DISCORDA

O grupo inicialmente formado apenas pelos emergentes da Série A aponta os critérios como os principais motivos pelas suas insatisfações. Segundo eles, a própria Libra detalha que a diferença entre o campeão brasileiro e o lanterna da competição, por essa divisão, geraria um abismo de até 6,5 vezes na receita de cada um dos clubes.

O Futebol Forte quer uma cópia da divisão adotada na Premier League, da Inglaterra: 50% divididos igualmente, 25% por performance e 25% da receita nos critérios de engajamento, que poderia ser rediscutida adiante. Segundo eles, isso faria cair a diferença entre primeiro e último para 3,5 vezes, valor considerado mais justo.

SÉRIE B

A divergência atingiu a segunda divisão. Isso porque a Libra definiu em seu estatuto o repasse de 15% das receitas para a competição, podendo chegar a 20% caso os grandes caiam. Mas os clubes querem mais.

A proposta dos integrantes da Série B é de repasse de 25%. A proposta teve o apoio do Futebol Forte, que com isso angariou a adesão de 12 participantes da Segundona.

CONCORDÂNCIA

Nem todos os pontos entre Libra e Futebol Forte são de discórdia. Ambos aprovam, por exemplo, cláusulas de fair play financeiro colocadas no estatuto.

O trecho, inclusive, determinará punição aos clubes que infringirem a regra. É possível que haja perda de pontos, rebaixamento, impedimento de registro de atletas e até sanções financeiras aos que gastarem mais que o permitido pelo regulamento da competição.

QUEM JÁ É INTEGRANTE DA LIBRA

Corinthians
São Paulo
Palmeiras
Santos
Bragantino
Ponte Preta
Flamengo
Vasco
Botafogo
Cruzeiro
Novorizontino
Guarani
Ituano

QUEM INTEGRA O FUTEBOL FORTE

Athletico
América-MG
Atlético-GO
Avaí
Brusque
Ceará
Chapecoense
CSA
CRB
Coritiba
Criciúma
Cuiabá
Fluminense
Fortaleza
Goiás
Juventude
Londrina
Náutico
Operário
Sampaio Corrêa
Sport
Tombense
Vila Nova
Internacional
Atlético-MG

QUEM SÃO OS MODERADORES E AINDA NÃO APOIARAM NENHUM DOS LADOS

Grêmio
Bahia

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