Globo e CBF discordam sobre MP de transmissão de jogos
Vênus Platinada entende que vínculos com os clubes (previstos para durar até 2024) seguem em vigor. Já entidade máxima do futebol nacional prevê mudanças imediatas
A Medida Provisória 984, referente às transmissões esportivas, está causando atrito nos bastidores do futebol brasileiro. A alteração na Lei Pelé feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no final da última semana e que, entre outras novidades, dá aval para que clubes mandantes definam quem exibirá seus jogos, traz interpretações diferentes entre CBF e Globo.
A entidade máxima do futebol brasileiro entende que a MP pode ser vantajosa para valorizar ainda mais o Campeonato Brasileiro, enquanto a segunda afirma que não vai abrir mão dos contratos previamente assinados, com validade até 2024. A informação é do jornal "Folha de São Paulo".
A Rede Globo assinou contratos de transmissão de Estaduais e do Campeonato Brasileiro com diversos clubes do país pelos próximos quatro anos. Em nota divulgada, a empresa afirmou que vai honrar os compromissos contratuais.
"A Globo continuará a transmitir regularmente os jogos dos campeonatos que adquiriu, de acordo com os contratos celebrados, e está pronta para tomar medidas legais contra qualquer tentativa de violação de seus direitos adquiridos", afirmou, em nota.
Com a MP, tanto Globo quanto Turner poderão transmitir a mesma partida quando o jogo for de equipes que assinaram com diferentes empresas. Este cenário é visto pela CBF como otimismo: a maior divulgação é vista como um potencial aumento de receitas de patrocínios e valorização do Campeonato Brasileiro.
Com a medida, o Flamengo, que não assinou contrato com a Globo para o Campeonato Carioca, poderia transmitir os jogos que for mandante no Estadual na "FlaTV", seu canal no YouTube. Até a publicação desta matéria, contudo, o Rubro-Negro não divulgou nenhuma posição oficial sobre o assunto.