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LANCE! Opina: ‘Por que Teixeira segue protegido no Brasil?’

Ministério Público da França descobre conta de R$ 71 milhões, provavelmente vinculada ao ex-cartola brasileiro em um banco de Mônaco. No Brasil, porém, a realidade é diferente<br>

Ricardo Teixeira, presidente da CBF
imagem cameraRicardo Teixeira é investigado por corrupção nos EUA e na Suíça, desde que estourou o escândalo da Fifa (Foto: Arquivo)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 27/10/2017
19:10
Atualizado em 27/10/2017
19:30

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Ricardo Teixeira é investigado por corrupção nos EUA e na Suíça, desde que estourou o escândalo da Fifa. Já teve ordem de prisão emitida pela Justiça espanhola por negócio escusos e acordos fraudulentos com o amigo e compadre Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona. Agora, entra na mira de autoridades francesas que descobrem uma conta de nada mais nada menos do que R$ 71 milhões, provavelmente vinculada ao ex-cartola num banco de Mônaco.

O que mais será preciso para que, também no Brasil, Teixeira comece a ser investigado para valer pelas suspeitas que recaem sobre ele. A tranquilidade com que desfruta a vida por aqui é um escárnio. Uma afronta às investigações internacionais. Não é por acaso que, há menos de quatro meses, numa entrevista à "Folha de S. Paulo", ele desfiou a arrogância de sempre, ainda mais recheada com boas doses de ironia:

“Tem lugar mais seguro que o Brasil? Qual é o lugar? Vou fugir de quê, se aqui não sou acusado de nada? Você sabe que tudo que me acusam no exterior não é crime no Brasil? Não estou dizendo se fiz ou não fiz...

É quase uma provocação.

Em junho, Teixeira foi apontado no relatório da comissão de ética da Fifa como um dos beneficiário de altas cifras distribuídas pelo Qatar para ganhar o direito de sediar a Copa do Mundo de 2022. Também é acusado de ter recebido dinheiro de Rosell para beneficiar as empresas na venda dos direitos de jogos da Seleção brasileira - o que, aliás, levou o cartola catalão à cadeia. Não é pouca coisa.

Teixeira, talvez, demonstre tanta confiança em escapar dos braços da lei brasileira pelos anos de boas relações que manteve com parcela do judiciário, patrocinando eventos de juízes e procuradores, promovendo torneios em que reunia autoridades em animados fins de semana na Granja Comary. Agrados que até podem ter funcionado por algum tempo, mas que no Brasil de hoje, espera-se, não mais possam interferir em processos claros e transparentes que a sociedade exige, que coloquem em seu devido lugar o ex-todo-poderoso do futebol brasileiro. A Justiça pode tardar. Mas não deve falhar.

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