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Especial Chape: ‘Não me sinto um herói’, diz jovem que ajudou a resgatar vítimas da tragédia aérea

Dois anos depois do acidente, Johan Alexis se diz um privilegiado pela ligação que tem com Chapecoense. Porém, lamenta tantas mortes no desastre da Colômbia

Neto, Johan Alexis Ramírez e Rafael Henzel
imagem cameraReprodução/Facebook
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Lance!
Antióquia (COL)
Dia 13/11/2018
15:06
Atualizado em 28/11/2018
11:42

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Nem mesmo ter se tornado um marco de solidariedade no desastre aéreo de 29 de novembro de 2016 evitou que Johan Alexis Ramírez Castro guardasse cicatrizes nestes últimos dois anos. O jovem, que ajudou os socorristas colombianos a resgatarem 77 corpos (a maioria deles, de integrantes da delegação da Chapecoense), diz não ver do ponto de vista do orgulho sua atitude em meio à tragédia.

- Não me sinto um herói. Salvaram seis pessoas, mas 71 pessoas morreram. É muito triste pensar que tantos seres humanos morreram... Queria ter salvo mais gente - afirmou, em contato com o LANCE!.

Primeiro a chegar no local onde ocorrera o acidente aéreo, o jovem morador de Antióquia (que é um dos departamentos da Colômbia) recorda a tensão que marcou aquela noite: 

- É angustiante. Você estar diante do medo, da tristeza, de não poder salvar algumas vítimas, dá muito assombro. Mas, naquela hora, não dava tempo para chorar. Só queria corresponder, ajudar ao máximo, para salvar quem eu pudesse.

O empenho para contribuir no resgate rendeu uma honraria ao jovem no Brasil. O presidente da República, Michel Temer, entregou a Johan a medalha da Ordem de Rio Branco, condecoração por gestos meritórios e virtudes cívicas.   

Além disto, Johan Alexis recebeu reverência internacional, a ponto de visitar o Santiago Bernabéu. O jovem conheceu dois ídolos do Real Madrid: James Rodríguez e Cristiano Ronaldo.

No entanto, apenas em 2017, ele realizou um sonho que acalentava: visitar Chapecó e conhecer a Arena Índio Condá. O acolhimento da Chapecoense e o epíteto de  "Menino Anjo" que recebeu deram um alento ao jovem:

- Eu me sinto muito contente, sou um privilegiado por saber que sou reconhecido pela Chapecoense. Por saber que este meu gesto se tornou um exemplo. Só que é uma pena que tenha sido em virtude de um episódio tão trágico para o clube quanto este - disse o garoto, que recebeu a réplica da medalha da Copa Sul-Americana de 2016.

Questionado sobre como está sua rotina atualmente, o tímido jovem revela:

- Levo uma vida pacata, terminei o colégio. Aos fins de semana, também trabalho.

Incansável, o "menino anjo" da Chape vai em busca dos seus sonhos.

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