Especial Chape: memória de tragédia faz parte da rotina de Chapecó
Tristeza com ausência de integrantes da delegação do clube e de jornalistas que morreram na tragédia aérea da Colômbia em 2016 segue entre habitantes da cidade
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A tristeza já não chega a ser mais tão senhora em Chapecó. No entanto, a rotina da cidade de 166.040 habitantes (segundo dados do IBGE) continua marcada pela saudade daquela delegação da Chapecoense que viu sua busca pelo inédito troféu da Copa Sul-Americana interrompido por uma tragédia aérea em 29 de novembro de 2016, causando a morte de 71 pessoas na Colômbia, entre jogadores, dirigentes e jornalistas. O LANCE! inicia nesta segunda uma série na semana que marca os dois anos do acidente, na próxima quinta-feira.
Repórter da Rádio Chapecó AM, Sérgio Badarotti revelou ao L! como tem sido a rotina de cobrir jogos na Arena Índio Condá em relação à trágica noite:
- Não tem como dizer que estamos esquecendo. A entrada da Arena Índio Condá traz uma série de lembranças. De todos que se foram... De amigos nossos da imprensa, do presidente (Sandro Pallaoro), dos dirigentes da Chapecoense, dos dirigentes, da comissão técnica que se foram. Tudo segue muito presente na vida de todos nós, são lembranças que vão ficar por um bom tempo.
Campeão catarinense em 1996 pela Chape, Índio detalhou como tem sido o dia a dia da cidade e dos torcedores:
- Por mais que esteja procurando se recuperar, ainda há uma lembrança muito forte deste acidente na cidade. Foi uma coisa que mudou muito o torcedor e causou este desafio de superação. A torcida da Chapecoense mostra uma superação muito grande, mas a cada momento eles falam sobre esta tragédia, fica esta saudade do time que partiu.
O atual comentarista do Sportv também falou sobre o impacto que é entrar na Arena Índio Condá:
- É uma sensação diferente. São muitas fotos, pinturas e homenagens lembrando os atletas, mas também torcedores falando com a gente desta tragédia. Foi um time que colocou a Chapecoense em outro patamar, com outra ligação com a cidade e a torcida.
Repórter da Super Rádio Condá, Junior Spindula também não esconde que, por mais que tente retomar sua rotina, a cidade tenta cicatrizar suas feridas:
- A cidade foi se reconstruindo. Tem progredido, além da própria Chapecoense ter voltado a jogar, a funcionar entre erros e acertos. Agora, à medida que chega a época do aniversário da tragédia, fica aquela ferida, diante de tudo o que nós vivemos com aquela situação.
Entre cicatrizes e saudades, a vida continua em Chapecó.
ALGUMAS LEMBRANÇAS DE CHAPECÓ
A TRAGÉDIA
Na madrugada de 29 de novembro de 2016, o avião do voo 2933 da LaMia, que levava a delegação da Chapecoense, além de dirigentes catarinenses e jornalistas, caiu em Antióquia, na Colômbia. Foram confirmadas 71 mortes, além do resgate de seis feridos: os jogadores Alan Ruschel, Follmann e Neto, o jornalista Rafael Henzel, a comissária de bordo Ximena Suárez e o técnico de voo Erwin Tumiri.
A DOR DE UMA CIDADE
Torcedores da Chapecoense fazem vigília em torno da sede da Arena Índio Condá. Além disto, há orações e passeatas dos habitantes da cidade de Chapecó. Dias depois, os corpos de 50 pessoas são transportados para cidade catarinense, onde acontece um velório coletivo no estádio.
REENCONTRO E O MINUTO 71
A Chapecoense volta a entrar em campo em 21 de janeiro de 2017, no empate em 2 a 2 em amistoso contra o Palmeiras. Antes do jogo, entram em campo os sobreviventes Alan Ruschel, Follmann e Neto, além de Nivaldo, que recebem as medalhas pelo título da Copa Sul-Americana de 2016.
Além disto, aos 26 minutos do segundo tempo, a partida é paralisada: trata-se do minuto 71. Ao som de "Vamo, vamo, Chape" nas arquibancadas, os mortos na tragédia na Colômbia são lembradas.
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