De Santa Catarina a Pernambuco: conheça os azarões do Brasileirão-16
Atlético-PR, Vitória, Santa Cruz, América-MG e Chapecoense entram no Brasileirão com títulos estaduais e dispostos a surpreender. Sport quer repetir campanhas na competição
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Mais de três mil quilômetros separam o estado de Santa Catarina ao de Pernambuco. Da fria Chapecó a quente Recife, passando por Curitiba, Campinas, Belo Horizonte, Salvador... Rotas que os grandes clubes do Brasileirão terão de percorrer para encarar os "azarões" da edição de 2016. São cinco campeões estaduais embalados para a disputa que começa no sábado: Chapecoense, Atlético-PR, Vitória, Santa Cruz e América-MG. Sport, que vem de boas campanhas no Brasileirão, Figueirense, Coritiba e Ponte Preta são os outros que largam na disputa sem a pompa e a expectativa dos grandes.
Dos nove clubes, três voltam da Série B com o primeiro objetivo de permanecer na elite: Santa, que também conquistou a Copa do Nordeste, América e Vitória. Confira um resumo de cada equipe para a disputa do Campeonato Brasileiro desta temporada:
VITÓRIA
Campeão baiano de 2016, o Vitória teve um desempenho acima da média. Com Vagner Mancini desempenhando um bom papel no comando do Rubro-Negro, a equipe fez uma campanha segura com oito vitórias, um empate e três derrotas. Apesar das contratações de destaque terem sido Kieza e Dagoberto, que ainda estão devendo, o Vitória teve destaque no setor defensivo. O goleiro Caíque foi a revelação do campeonato e chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira sub-20. O atacante Marinho foi o principal jogador ofensivo. O ex-cruzeirense ainda é o artilheiro da Copa do Brasil, com 5 gols.
Para a disputa do Brasileiro, a expectativa é que o time sofra com a dificuldade do campeonato. Os setores que mais carecem são a lateral direita, que está com o volante José Welison improvisado, e o ataque.
EM 2016...
Copa do Brasil: 4J - 2V 2E 0D - GOLS: 6-3
Baiano: 12J - 8V 1E 3D - GOLS: 22-7
Time-Base: Fernando Miguel (Caíque); Victor Ramos, Ramon, Diego Renan e José Welison; Amaral, Willian Farias, L. Domingues, Marinho e Vander; Kieza.
ATLÉTICO-PR
No sistema defensivo as referências do Atlético-PR são o goleiro Weverton e os experientes Paulo André e Thiago Heleno. O ponto forte do time são os volantes, que possuem muita qualidade na saída de bola e no início da construção do jogo. No sistema ofensivo, alguns atletas oscilaram neste início de ano, como por exemplo o meia Vinícius e os jovens Marcos Guilherme e Ewandro. Além disso, fica a expectativa do crescimento do futebol de Walter, que voltou a marcar na final do Campeonato Paranaense e encerrou o jejum que chegou a durar seis meses. O mais curioso na Arena será a adaptação dos adversários ao gramado sintético da Arena da Baixada.
EM 2016...
Copa do Brasil: 3J - 1V 2E 0D - GOLS: 4-3
Primeira Liga: 5J - 3V 0E 2D - GOLS: 4-3
Paranaense: 17J - 8V 5E 4D - GOLS: 25-14
Total: 25J - 12V 7E 6D - GOLS: 33-20
Time-base: Weverton, Léo, Paulo André, Thiago Heleno; Sidcley; Otavio, Hernani, Nikão e Pablo (M. Guilherme); Ewandro e Walter (André Lima).
CORITIBA
Durante o Campeonato Paranaense, o Coritiba demonstrou ter encontrado um conjunto para o time titular. Porém, nas duas partidas finais contra o Atlético-PR, ficou escancarado a falta de peças de reposição. O time sentiu muito a falta dos experientes Ceará e Juan e isso pode custar caro na Série A. No sistema ofensivo, a expectativa fica em cima de Kléber Gladiador, que reencontrou o bom futebol e terminou o Estadual como artilheiro, com 13 gols marcados.
EM 2016...
Copa do Brasil: 2J - 1V 0E 1D - GOLS: 3-1
Primeira Liga: 3J - 1V 1E 1D - GOLS: 3-1
Paranaense: 17J - 10V 2E 5D - GOLS: 37-16
Total: 22J - 12V 3E 7D- GOLS: 43-18
Time-base: Elisson; Ceará, Juninho, Luccas Claro e Carlinhos; João Paulo, Alan Santos, Dudu e Juan; Leandro (Negueba) e Kleber Gladiador.
CHAPECOENSE
A Chapecoense, liderada pelo técnico Guto Ferreira, foi a campeã do Campeonato Catarinense 2016. O time venceu o Joinville nos dois jogos decisivos e consagrou o seu quinto título estadual. No primeiro turno, a Chape ainda foi o grande destaque, terminando de forma invicta. Já no returno, a equipe de Chapecó não conseguiu repetir o mesmo desempenho e teve que se contentar com a quarta colocação. Apesar disso, a artilharia da competição ficou com o atacante Bruno Rangel, que marcou dez gols, e Cléber Santana foi o vencedor do prêmio Craque do Campeonato Catarinense 2016.
Com um setor defensivo confiável e a força do coletivo, Guto Ferreira também estará à frente da equipe no Brasileiro. Com 13 jogadores remanescentes e 14 novas contrações para a temporada, espera-se no clube que a Chape lute para ficar entre os 12 primeiros na tabela de classificação. Na temporada passada da competição nacional, o Verdão do Oeste terminou na 14ª colocação, com 47 pontos.
EM 2016...
Catarinense (total): 20J - 12V 5E 3D - GOLS: 35-18
Time-base: Danilo; Gimenez, Rafael Lima, Willian Thiego; Dener, Josimar, Gil, Cléber Santana, Lucas Gomes, Kempes, Bruno Rangel (Ananias).
FIGUEIRENSE
O Figueirense, que lutou para não cair no último Campeonato Brasileiro, iniciou o Campeonato Catarinense 2016 com muitos problemas. No primeiro turno, a equipe teve dificuldade e conseguiu apenas duas vitória em nove jogos disputados. O baixo desempenho assustou e o clube teve que mudar de postura no returno. Vinícius Eutrópio assumiu o comando do Figueirense e chegaram reforços como Dodô, Rafael Moura, Bady e Ferrugem. Os três últimos deram nova cara à equipe de Florianópolis, que conseguiu reagir e terminar o returno com a segunda melhor campanha, atrás apenas do Joinville.
Com o elenco reforçado, o time melhorou em relação ao que disputou o último Brasileiro. Nesta temporada, a expectativa é que Eutrópio utilize os jogadores mais experientes, como o He-man e o meia Carlos Alberto, que já passaram por grandes equipes e conhecem bem a competição. Espera-se ainda que o time brigue pela permanência na elite do Brasileiro.
EM 2016...
Catarinense: 20J - 8V 4E 4D - GOLS: 25-19
Copa do Brasil: 2J - 2V 0E 0D - GOLS: 4-1
Total: 22J - 10V 4E 4D - GOLS: 29-20
Time-base: Gatito Fernández; (Thiago Rodrigues) Leandro Silva (Ayrton), Bruno Alves, Jaime e Marquinhos Pedroso; Elicarlos, Ferrugem, Bady; Everton Santos, Rafael Moura e Dudu.
AMÉRICA-MG
Depois de um início de ano ruim, o time do América conseguiu dar a volta por cima e entrou nos trilhos, coroado com o título mineiro. O grande dilema do Coelho será demonstrar o futebol de alto nível para sobreviver no Brasileirão. Para isso, tem no técnico Givanildo um dos seus maiores pilares. Apesar de um time bom e bem organizado, a grande tarefa da equipe será terminar o ano sem sustos e fora do rebaixamento.
EM 2016...
Copa do Brasil: 3J - 1V 2E 0D - GOLS: 4-3
Primeira Liga: 3J - 1V 1E 1D - GOLS: 2-2
Mineiro: 15J - 7V 5E 3D - GOLS: 19-13
Total: 21J - 9V 8E 4D - GOLS: 25-18
Time-base: João Ricardo; Jonas, Alison, Sueliton e Bryan; Leandro Guerreiro, Claudinei, Tony e Osman; Rafael Bastos e Victor Rangel (Borges).
SPORT
Derrotado pelo Santa Cruz na final do Pernambucano, o Sport deposita suas fichas no retorno de Diego Souza para se redimir da série de decepções do primeiro semestre. O meia é a válvula de escape da equipe comandada por Oswaldo de Oliveira, que terá trabalho com uma série de limitações no elenco. A mais preocupante vem na meta leonina: sem Danilo Fernandes, vendido para o Inter, o clube terá como titular Magrão, de 39 anos. Sem ritmo, ele cometeu falhas quando acionado e levou o clube a buscar outro nome para a posição.
A equipe não teve grandes destaques no Estadual. A zaga segue com o seguro Durval, muito identificado com a torcida, e o colombiano Henriquez, atabalhoado em alguns momentos. Diego Souza e Rithely são as apostas no meio-campo. O maior problema reside no setor ofensivo: o time marcou apenas seis gols nos últimos 12 jogos e os atacantes contratados no início do ano, como Túlio de Melo, Vinícius Araújo, o chileno Mark Gonzalez e o colombiano Lenis - contratação mais cara da história do Sport, R$ 3,1 milhões - ainda não emplacaram.
Até o momento, nenhuma contratação foi anunciada para o Nacional. Os laterais Maicon e Christianno, o zagueiro Luis Gustavo e o atacante Jhonathan Goiano foram dispensados ainda durante o Estadual. Incomodando grandes em 2014 e 2015, o Sport terminou o Brasileirão em sexto no ano passado e, há duas temporadas, acabou na 11ª colocação.
EM 2016...
Pernambucano: 14J - 6V 3E 5D GOLS: 17-9
Copa do Nordeste: 10J - 5V 2E 3D - GOLS: 15-11
Copa do Brasil: 2J - 0V 0E 2D - GOLS: 1-4
TOTAL: 26J - 16V 5E 8D - GOLS: 33-24
Time-base: Magrão; Samuel Xavier, Durval, Enriquez e Renê; Rithely, Luiz Antônio, Diego Souza; Túlio de Melo, Mark González e Lenis (Everton Felipe).
SANTA CRUZ
O Santa Cruz volta à Série A do Brasileirão para mostrar que não venceu o Pernambucano e a Copa do Nordeste por acaso. Além da boa fase do goleiro Tiago Cardoso, os outros trunfos são o entrosamento do trio ofensivo formado por Grafite, Keno e Arthur, a bola parada de Tiago Costa e o fato de Léo Moura ser uma das opções para o decorrer do jogo.
Referência, Cardoso acompanhou o Santa Cruz da Série D até o retorno à elite e dá segurança à meta. O ponto falho é a marcação, já que os laterais tomam muitas bolas nas costas, fraqueza explorada pelos adversários. A força vem do meio-campo, que ganhou profundidade com as chegadas de Fernando Gabriel e Alex Bolaños e conta com meias regulares. No entanto, ainda falta um camisa 10 para completar o time de Mendes. O treinador está em alta por fortalecer a união do grupo e segue invicto após 11 partidas. Resta saber se a equipe será capaz de manter o mesmo nível de pegada e velocidade diante de adversários bem mais qualificados. O Santa Cruz passou nove anos sem atuar na primeira divisão. Da última vez, obteve apenas 28 pontos e teve a terceira pior campanha da história do torneio na era dos pontos corridos.
EM 2016...
Copa do Nordeste: 12J - 7V 3E 2D - GOLS: 16-9
Copa do Brasil: 3J - 2V 1E 0D - GOLS: 3-0
Pernambucano: 14J - 5V 6E 3D - GOLS: 15-14
TOTAL: 29J - 14V 10D 5E - GOLS: 34-23
Time-base: Tiago Cardoso; Vitor, Danny Morais, Neris e Tiago Costa (Roberto); Uillian Correia, João Paulo e Lelê; Keno, Grafite e Arthur.
PONTE PRETA
A Ponte Preta bateu na trave na busca por vaga no mata-mata do Paulistão. Terminou a primeira fase em terceiro lugar no Grupo B, apenas dois pontos atrás do líder Palmeiras. Os maiores obstáculos foram os problemas na criação e baixa efetividade no ataque. Por isso, a diretoria decidiu investir e trouxe Roger, artilheiro do torneio pelo Red Bull Brasil, e William Pottker, destaque no Linense, para reforçar o time comandado por Eduardo Baptista.
A temporada começou há quatro meses, e Baptista já é o terceiro treinador da Macaca em 2016. Vinícius Eutrópio não conseguiu fazer o time jogar e deu lugar a Alexandre Gallo, responsável por melhorar o time em todos os sentidos. Gallo, contudo, foi demitido na metade de abril para que o time já desse início à preparação para o Brasileiro com Baptista. Uma das referências do elenco é o goleiro João Carlos, que defendeu pênaltis importantes e caiu nas graças da torcida. O zagueiro Kadu, ex-Grêmio, reforça o setor defensivo. Destaque também para a lateral esquerda ocupada por Reinaldo. Já o meio-campo é razoável na marcação e pouco eficiente na armação, ainda mais depois que o volante Elton se lesionou, passará por cirurgia no joelho e pode ficar dois meses afastado. A diretoria precisa investir em reforços também na meia cancha se quiser sonhar com algo maior na competição.
EM 2016...
Copa do Brasil: 3J - 2V 1E 0D - GOLS: 4-2
Paulista: 15J - 6V 4E 5D - GOLS: 22-16
Total 2016: 18J - 8V 5E 5D - GOLS: 26-18
Time base: João Carlos; Jeferson, Douglas Grolli, Kadu e Reinaldo; Renê Junior, João Vítor, Cristian e Felipe Azevedo; Roger (William Pottker) e Wellington Paulista.
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