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‘Números do Maracanã assustam’

Amir Somoggi analisa situação financeira da administração do estádio, que divulgou neste mês o balanço financeiro referente ao exercício de 2015

Maracana (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
imagem cameraMaracanã não gerou bons rendimentos para a administração do estádio (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 19/05/2016
15:38

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O balanço publicado pela Concessionária Maracanã assusta. O passivo total em 2015 foi de R$ 332,6 milhões. Os valores a receber no ativo somam R$ 70 milhões, fazendo com que sua dívida líquida seja de R$ 263 milhões. Os dados de 2015 com custos diretos de R$ 55 milhões, despesas gerais e administrativas de R$ 23,2 milhões e despesas financeiras de R$ 37 milhões mostram um total desequilíbrio entre as receitas geradas e os custos e despesas do negócio.

Os sucessivos prejuízos da companhia são consequência da gestão do empreendimento. Uma arena como o Maracanã com custo de construção de mais de R$ 1 bi não pode gerar somente R$ 55, 8 milhões. De todos os estádios da Copa nenhum tem maior potencial mercadológico que o Maracanã. Mesmo sem a possibilidade de negociar os naming rights.

Os acordos com os clubes, a falta de conteúdos esportivos e não esportivos inviabilizaram o negócio, que até agora acumulou R$ 173 milhões em prejuízos. A empresa errou feio em suas previsões e para piorar não entende nada de marketing esportivo. Esse estádio tinha que faturar R$ 120 milhões, R$ 150 milhões por ano. Quase 3 vezes mais que a realidade atual.

Flamengo encerrou 2015 com R$ 44 milhões gerados com bilheteria. Fluminense R$ 16 milhões. Chega a ser triste ver que a empresa que administra um dos estádios mais famosos do mundo gerar irrisórios R$ 9 milhões com camarotes, R$ 5,5 milhões de bilheteria e R$ 11,5 milhões em patrocínios. (Que cresceram 300%).

O ponto mais positivo são as visitas guiadas com R$ 7,7 milhões e locação do estádio e cessão de espaços que juntos geraram R$ 13,1 milhões em 2015.

O negócio foi muito mal gerido, sem explorar seu enorme potencial e neutralizar as grandes ameaças para que prosperasse.

Segundo a auditoria PwC que audita as contas sobre sua continuidade operacional: “ A companhia tem apurado prejuízos repetitivos em suas operações e apresentou excesso de passivos circulantes sobre os ativos circulantes no encerramento do exercício de 2015 no montante de R$ 120,7 milhões”.

Isso significa uma empresa sem liquidez, com dívidas muito superiores aos seus bens e direitos, que administrou mal um negócio com enorme potencial, em um mercado com graves problemas estruturais.

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