OPINIÃO: ‘Estaduais, cada vez mais, surgem como salvos-condutos’

Fórmulas dos Estaduais trazem regalias para manter times de ponta na briga por títulos. Cabe aos clubes não se iludirem por sua sequência inicial na temporada

imagem camera'O excesso de 'mimo' nos Estaduais não pode frear o futebol brasileiro' Foto: Richard Callis/Fotoarena/Lancepress!)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 22/03/2019
00:00
Atualizado em 22/03/2019
08:05
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A classificação do São Paulo à próxima fase do Paulistão evidenciou como regulamentos dos Estaduais visam "safar" clubes de ponta. Mesmo com campanha melancólica, o Tricolor paulista escapou do vexame de não ficar entre os oito primeiros da fase de grupos e já fala em "novo campeonato" para que a torcida confie no título paulista. Porém, até onde as regalias regionais, amparadas na garantia pela audiência, podem contribuir para clubes que disputarão competições de alto nível no ano?

Prova disto é o Campeonato Carioca, que mantém seu roteiro patético e esvaziado. Ganhar a Taça Guanabara e Taça Rio até eleva a autoestima, só que tem seu valor reduzido ao de dar a vantagem do empate na semifinal estadual. Além disto, mesmo em uma competição repleta de clássicos, como saber o nível de sua equipe se todos guardam suas forças para a reta final?


Em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, a fórmula é mais esdrúxula: das 12 equipes, OITO passam de fase. Com isto, ocorre um curioso "campeonato à parte": favoritíssimos, tanto Atlético e Cruzeiro quanto a dupla Gre-Nal se dão ao luxo de tentar medir forças apenas na decisão.

Por mais que a rivalidade acirrada seja a essência dos Estaduais, o excesso de "mimo" não pode frear o futebol brasileiro. Cabe aos clubes saberem que um bom desempenho regional (em tese) não é um "salvo-conduto" para a sequência de temporada.

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Quanta generosidade...
Uma das fórmulas mais curiosas de Estaduais vem do Campeonato Capixaba. À exceção dos rebaixados Castelo e Tupy, os outros oito participantes se classificaram para as quartas de final.

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Difícil de digerir
Foi inegável que o Flamengo teve amplo domínio sobre o Madureira na vitória por 2 a 0. Mas dizer que não afastaria o árbitro Maurício Machado Coelho e o assistente Daniel de Oliveira Alves por validarem o gol em impedimento de Gabigol porque "não alteraria o placar" foi uma desculpa bem esfarrapada da FFERJ. Alguém podia alertar que o placar estava em branco

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