Passado, concorrência, presente e esperança: Ganso e Nene devem se reencontrar no Fluminense x Vasco
O meia vascaíno já tinha marcado seu nome em São Januário, mudou de ares, encontrou o camisa 10 adversário já no Tricolor e a dupla viveu, lá, momentos correlacionados
Foram dois anos e dois meses juntos, mas, neste sábado, Paulo Henrique Ganso e Nene ficam de lados opostos para o primeiro Fluminense x Vasco de 2022. As equipes, que voltam a se encontrar após quase um ano, têm em seus camisas 10 grandes expectativas, mas correspondidas de formas opostas. As histórias deles se cruzaram em 2019, e nem mesmo os 20 gols em 2020 fizeram o meia hoje no Cruz-Maltino cair nas graças da torcida tricolor. Muito disso pela presença daquele que estará do lado mandante nesta nona rodada do Campeonato Carioca.
Nene passou 792 dias no Fluminense antes de retornar ao Vasco, em setembro do ano passado. Foram 118 jogos, 28 gols e muitos altos e baixos ao longo de uma passagem que dividiu opiniões, mas não passou despercebida. Já Ganso chegou no começo de 2019 com um contrato de cinco anos e muita expectativa, algo que acabou não dando retorno até o presente momento.
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Recebido com festa no aeroporto, Ganso era quem tomava conta do meio em 2019. Preferido de Fernando Diniz, chegou a ser capitão e titular absoluto com os treinadores que passaram ao longo do ano conturbado. Com Marcão, o cenário começou a mudar, mas só se consolidou em 2020. Paulo Henrique fez uma pré-temporada mais longa - por conta dos repetidos problemas físicos - e, com Odair Hellmann, Nene quem deslanchou. Foi o jogador mais decisivo do Flu na temporada, com 20 gols e sete assistências.
Enquanto isso, Ganso ficava para trás. Foi titular em apenas quatro dos 32 jogos em 2020 e viu 2021 ser o ano em que menos atuou na carreira. Além da chegada de Cazares, que o transformou em terceira opção para o setor, se lesionou justamente na partida em que recebeu uma oportunidade e vinha bem, no empate em 1 a 1 com o Barcelona de Guayaquil (EQU), na Libertadores.
Nene também teve queda de rendimento. Se no início era titular absoluto com todos os treinadores, passou a ser mais contestado. Chegou a ser barrado dos onze iniciais num clássico com o Flamengo, mas se mostrou importante e voltou. A consolidação do esquema com três volantes, porém, acabou com a já desgastada passagem. Em 12 de novembro o jogador estava no banco do Fluminense e quatro dias depois já era titular do Vasco.
VAI TER CHANCES?
O técnico Abel Braga começa a decidir nesta quinta-feira qual será o time que vai a campo enfrentar o Vasco. Isso dependerá do desgaste físico dos jogadores, já que o Fluminense está no meio da disputa da segunda fase da Libertadores e decide contra o Millonarios na outra terça-feira. Assim, há chances de Paulo Henrique Ganso ter uma nova oportunidade, algo que já aconteceu contra o Volta Redonda.
Abel raramente tem atuado com um meia de criação na equipe, mas na rodada passada do Estadual entrou com Ganso e Nathan. Assim, viu o Flu fazer o placar mais elástico de 2022 e o camisa 10 ir bem. Até o momento, são quatro jogos na temporada e apenas esse como titular. Na Libertadores, entrou no segundo tempo da vitória por 2 a 1 fora de casa.
NENE NO VASCO
Nene foi contratado pelo Vasco em meados de 2015. Chegou para ser a referência técnica de um time que lutava contra o rebaixamento. Ele foi o destaque da reação histórica que quase resultou na permanência do time na elite. Quase. Ele permaneceu e teve média de quase meio gol por jogo em 2016, quando novamente foi importante - agora para o título estadual e para o acesso de volta à Série A do Campeonato Brasileiro.
Em 2017, o Vasco conquistou pela última vez uma vaga na Copa Libertadores. E lá estava Nene. Se não tão decisivo como outrora, ainda maestro. Mas a vontade de mudar de ares pesou e, no início de 2017 ele rumou para o São Paulo. E do Tricolor Paulista ele pulou, dois anos depois, para o Tricolor Carioca. E depois de outros dois anos ele voltou ao clube de São Januário. Voltou para o local que ele chamava de casa.
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E novamente para tentar ser herói, desta vez já na luta pelo acesso. Novamente não conseguiu, embora tenha começado bem. Deu esperança, mas sucumbiu junto a um time esfacelado tática, técnica, física e psicologicamente. Hoje, aquele que disputou posição com Ganso tem 40 anos. É o artilheiro do Estadual junto com Raniel: em seis jogos disputados, o meia vascaíno fez cinco gols e deu três assistências. Na passagem anterior, haviam sido 44 gols e 33 assistências em 132 jogos.
Passado e presente no Fluminense. Passado e presente no Vasco. Os futuros de Ganso e Nene se encontrarão novamente neste sábado, no Estádio Nilton Santos.