Pitaco do Guffo: A análise tática respira
Paixão do torcedor levada à sério: Um novo espaço pra analisar futebol além da piadinha

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Assim como eu, por acaso você também está cansado do jornalismo humorístico no futebol? Ou daquelas análises super fervorosas de youtubers “identificados”, sem nenhum embasamento além da paixão de torcedor? Veja bem, não me leve a mal: eu consumo tudo isso também. Não tenho nada contra.
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Apenas sinto que saturou, e que faltam espaços na mídia e nas redes sociais para que o futebol seja analisado com mais calma e mais profundidade. Com mais informação e conteúdo, sem perder a leveza e a facilidade de compreensão.
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Analistas táticos e a Era Tite

Eu não tenho dúvida alguma que os dois “fracassos” da Seleção nas Copas de 2018 e 2022 deram uma freada em um processo muito bacana que vinha acontecendo desde a Copa de 2010: o crescimento da análise tática no futebol brasileiro.
Havia um apoio apaixonado do Brasil inteiro a Tite e sua comissão técnica pré mundial da Rússia. Vocês lembram disso? Ele até virou garoto propaganda de banco gigante e tudo mais. O mérito vinha da campanha intocável nas eliminatórias e aquela sensação de que, após o caos daquele time de 2014, finalmente tínhamos alguém que sabia o que estava fazendo na Seleção.
Nesse período entre a Copa da África e a do Catar, vimos um crescimento exponencial de influencers, perfis no Twitter, Facebook, Youtube e Instagram sobre análise tática. Os programas de TV começaram a ter seus quadros com analistas mexendo nos campinhos, trazendo para o cotidiano o linguajar utilizado por quem trabalha no futebol: último terço, temporização, extremo, falso 9, jogo apoiado, e outros jargões entraram no boteco brasileiro.
Eu falo isso pois sou fruto desse contexto. Em 2013 comecei com os conteúdos de análise tática para o extinto Esporte Interativo, depois foram pro meu canal do YouTube e em seguida, para a rádio GreNal FM de Porto Alegre, onde virei o primeiro comentarista de jornada esportiva a trazer esse tipo de linguagem e conteúdo em uma FM brasileira.
Depois fui para o Grupo RBS, levar análise tática na rádio Gaúcha FM e no jornal Zero Hora. Após 4 anos, fui para o DAZN, um dos projetos mais inovadores e pioneiros de streaming esportivo internacional. Que infelizmente acabou na pandemia. E o futebol no geral deu aquela parada que todos sentimos muito.
Muito além da piadinha e da corneta

Entre os 155 jogadores que disputaram pelo menos 50 duelos aéreos no Brasileirão 2024, nenhum teve maior taxa de vitória pelo alto que David Luiz no Flamengo. Fonte: Opta
Mas voltando a Tite e a Seleção Brasileira, como somos uma sociedade jovem e adolescente, nossas paixões vão do 8 ao 80 em minutos, e todo mundo que uma hora é heroi, vira vilão na mesma rapidez. E todo aquele movimento de analistas virou o grande culpado do fracasso da Canarinho: “contaminação tática”, alguns esbravejavam.
O fato é que não dá pra analisar futebol apenas pelo resultado. Se ganhou, é bom. Se perdeu, é ruim. Os processos são muito mais complexos e sistêmicos. E o desafio é traduzir isso de forma simples e acessível para que o torcedor se apaixone ainda mais pelo esporte.
É uma honra voltar ao Lance! e poder compartilhar com vocês análises do que acontece em campo, de forma leve e didática. Aqui você vai entender as ideias dos treinadores e como elas são executadas, o que os dados e estatísticas contam do jogo e por que o futebol não é pura sorte ou talento. Apesar do azar e das capacidades técnicas serem partes fundamentais do esporte.
Se assim como eu, você queria um espaço para debater o jogo e se apaixonar ainda mais pelo seu clube, seleção ou campeonato, seja bem vindo. Tenho certeza que vai valer a pena e iremos nos divertir na caminhada. Afinal, o futebol é para todos. Inclusive para quem quer entendê-lo além da corneta e da piadinha.
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