O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, concedeu, nesta segunda-feira, uma entrevista coletiva agradecendo aos clubes que disputam o Campeonato Carioca pelo plano de retomada da competição. O político afirmou que os treinos como rachão e coletivo devem estar liberados em junho, ou seja, daqui a uma semana. Além disso, disse que Botafogo e Fluminense, ausentes em reunião no domingo, aceitaram os termos do retorno por contatos telefônicos. A diretoria tricolor, no entanto, negou.
"O Fluminense vem a público esclarecer que não fez nenhum contato telefônico com a prefeitura e tampouco com o prefeito, seja para tratar da reunião em que se discutiu a volta do futebol ou para qualquer outro assunto", diz a nota oficial do clube.
O Botafogo, por outro lado, confirmou que houve contato com Crivella, mas reforçou que o momento não é de retomar os treinamentos presenciais. O clube sugeriu esse retorno das atividades a partir do dia 1º de junho e a volta dos jogos no período entre 28 de junho e 4 de julho.
O martelo sobre a volta dos jogos no dia 14 de junho ainda não está batido, como sugeriram os clubes na reunião de domingo. Crivella deixou em aberto a possibilidade de retorno apenas em julho, mas reiterou o desejo dos clubes de retomar as partidas sem público o quanto antes. O político condicionou o retorno da competição à curva de casos da COVID-19 no mês em questão.
- Nós propusemos julho os jogos sem torcida, mas eles (clubes) pediram primeiro para verificar a curva em meados de junho. Se será na segunda quinzena de junho ou não (a volta do Carioca), isso ainda não podemos prometer, porque tem que ser de acordo com as curvas de meados de junho. Segundo nossos técnicos, a curva chegará a 0.1 ou 0.0, porém temos que esperar a confirmação - declarou.
Em relação aos treinamentos, Crivella liberou a volta, mas apenas com fisioterapia e atividades físicas. Os "rachões" estariam liberados a partir de junho, ou seja, na próxima semana. O prefeito disse que ainda haverá uma reunião para firmar a data.
- Não vamos relaxar as medidas de afastamento social. Aquela reunião que tivemos no sábado com o Conselho Científico foi quase consenso. É que nos devemos esperar mais um período para o retorno das atividades. O futebol esperava voltar hoje (segunda) os treinos, rachão. Pedimos para junho e foi aceito. Pedimos também que o jogos voltassem em julho, sem torcida. Eles pediram para verificar a curva de junho, meados de junho. Há expectativa de nossos especialistas que estejamos quase em zero. E que nós então de posse desse dado pudéssemos definir a rodada que termina o estadual. Isso em meados de junho. Eu agradeço a reunião que fizemos ontem (domingo) de quase três horas aqui no Riocentro - disse Crivella.
No último domingo, o prefeito se reuniu com a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) e clubes que disputam o Campeonato Carioca. No sábado, houve recorde de óbitos registrados no Rio, com 248 mortes. Desde o início da pandemia, o estado soma 37.912 casos e 3.993 mortes.
A decisão sobre a retomada do Carioca começou com testes dos clubes menores e viagens a Brasília de Marcelo Crivella e os presidentes do Flamengo, Rodolfo Landim, e do Vasco, Alexandre Campello. Eles se reuniram com Jair Bolsonaro para debater e pedir a volta, apoiada pelo presidente da República.
O Flamengo, inclusive, já voltou a treinar no Ninho do Urubu na última terça-feira, mesmo sem autorização. O clube manteve a agenda de treinos nesta semana, inclusive nesta segunda.
Quero parabenizar os clubes, trouxeram aqui um protocolo de proteção e combate à contaminação espetacular, foi aplaudido por todos. Testar todos os atletas, funcionários, parentes, as pessoas do seu convívio, manter o tratamento deles, o tempo todo. As questões de acesso ao banheiro, dormitório, treinamento, um cuidado espetacular. Quero aplaudir de pé o doutor (Márcio) Tannure (do Flamengo), a todos os clubes, porque realmente cuidaram dos seus atletas. Se todo setor puder fazer a mesma coisa, vamos ter uma tranquilidade enorme para retomar as atividades - disse Crivella.