‘Repressão é necessária, mas é preciso trabalho de prevenção’, diz sociólogo
Autor do livro 'A Violência no Futebol: Novas Pesquisas, Novas Ideias, Novas Propostas', Mauricio Murad valoriza rigor da lei em identificar infratores, mas pede outras ações
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A forte postura de autoridades na busca por combater a violência no futebol vem chamando atenção nos últimos dias no país. Após a Justiça de Curitiba condenar os últimos seis torcedores envolvidos na baderna do duelo com o Fluminense, pelo Brasileirão de 2009, em Franco da Rocha (SP) três corintianos foram condenados pela morte de um palmeirense por uma briga em 2014. Além disto, nesta quinta-feira, a Polícia do Rio de Janeiro realizou uma megaoperação para cumprir 20 mandados de prisão temporária de integrantes de organizada do Flamengo pela morte de um botafoguense antes de um jogo neste ano.
A série de medidas é vista pelo sociólogo Mauricio Murad como uma prova de uma mudança de viés ao avaliar a punição em torno de punições a organizadas:
- A punição severa e exemplar tem de cair sobre infratores, delinquentes infiltrados em torcidas organizadas. Mas, é preciso que sejam mantidas até o fim, de acordo com o previsto na Legislação Brasileira. Equívoco é tentar acabar com uma torcida por causa da ação criminosa de uma parte minoritária delas, seria o mesmo que matar o gado para acabar com o carrapato - afirmou o membro da Academia LANCE!.
Porém, o professor da Universo e autor do livro "A Violência no Futebol: Novas Pesquisas, Novas Ideias, Novas Propostas", não deve se restringir ao combate às ações dos brigões. Aos seus olhos, há uma saída ainda mais eficaz para conter ações agressivas nos estádios:
- A repressão é mais do que necessária, mas não é suficiente. É preciso trabalho de prevenção, de inteligência. Ocupar as redes sociais, criar um Disque-Denúncia de torcidas organizadas, localizar esquemas crimniosos e agir rápida e duramente. Nossa pesquisa confirmou que a prevenção é sete vezes mais ágil, eficaz e barata que a punição. A sociedade exige e o futebol merece.
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