Sotaque diferente: gringos vivem altos e baixos no futebol brasileiro
Grandes clubes do Brasil contam com estrangeiros no elenco, mas nem todos caíram nas graças da torcida; Já outros começam a construir idolatria com os fãs
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Sotaques de todos os cantos da América do Sul dão a tônica neste Campeonato Brasileiro em 2017. A cada ano que passa, os clubes brasileiros começam a investir mais em jogadores de outros países, geralmente do mesmo continente, para tentar fortalecer mais seus elencos com raça, habilidade e disposição que não falem português. E a Série A conta com gringos que estão começando uma pequena idolatria com as torcidas que representa e com outros que estão em fase de provação, questionamento e até mesmo encostados.
GRINGOS PELA CIDADE MARAVILHOSA
Este é o caso do Flamengo. O Rubro-Negro, postulante ao título brasileiro, foi a equipe que mais investiu em nomes de outros países. Em seu elenco, os cariocas contam com os peruanos Guerrero e Trauco, os argentinos Donatti, Conca e Mancuello e os colombianos Cuéllar e Berrío. Contudo, das altas cifras pagas por estes jogadores, a maioria não é unânimidade, como Berrío, que custou cerca de R$ 11 milhões aos cofres e sua atuações seguem abaixo da crítica. Em contrapartida, Guerrero, no elenco desde 2015, vive sua melhor fase e lua de mel com a torcida.
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Ainda no Rio de Janeiro, o Fluminense foi exemplo de bom investimento de fora do país. Os equatorianos Orejuela e Sornoza foram os gringos a desembarcar nas Laranjeiras, oriundos do Independiente del Valle, vice-campeão da Copa Libertadores do ano passado. A dupla caiu nas graças da torcida e de Abel Braga e hoje são titulares do jovem e forte meio de campo tricolor, que ainda tem Wendell e Gustavo Scarpa, revelações das categorias de base.
Quem ainda não mostrou a que veio foi Walter Montillo, do Botafogo. A maior contratação alvinegra para a temporada, o argentino, que brilhou no Cruzeiro e passou pelo Santos, convive com lesões desde sua chegada e pouco participou da surpreendente campanha que o Glorioso tem feito na Copa Libertadores. Ainda sobre gringos, o goleiro paraguaio Gatito Fernandéz, outro reforço em 2017, vive fase incontestável na meta alvinegra, assim como o zagueiro argentino Carli. Mais acostumado com o Brasil está o atacante camaronês Joel, que está em seu quarto clube no país. Porém, a torcida não anda muito empolgada com seu futebol.
O Vasco também buscou estrangeiros para fortalecer o plantel e evitar um novo rebaixamento para a Série B. Para o ataque, o colombiano Manga Escobar foi contatado e se junto ao já ídolo uruguaio Martín Silva e ao paraguaio Julio dos Santos para compor os estrangeiros do clube de São Januário. Ainda neste ano, Escudero foi contratado e não está tendo muitas oportunidades com Milton Mendes.
MILHÕES NOS GRINGOS EM SÃO PAULO
Dos maiores investimentos dos clubes paulistas nesta temporada, o sotaque portenho foi quem deu as caras em Palmeiras e São Paulo. No atual campeão brasileiro, e de olho na conquista da Copa Libertadores, o Verdão investiu pesado para contratar os dois principais jogadores do Atlético Nacional, da Colômbia. E assim, o venezuelano Alejandro Guerra e o colombiano Miguel Borja chegaram ao Palestra Itália. Porém, a fase da dupla é um pouco distinta neste momento. Enquanto Guerra, eleito o craque da última Libertadores, vai tomando conta do meio de campo de Cuca e vive com boas atuações, Borja é um pouco questionado e tem ficado no banco de reservas. Apesar de ter marcado alguns gols - seis em 18 jogos - o atacante ainda não fez jus ao investimento de mais de R$ 60 milhões em seu futebol. Junto a eles, o colombiano Yerri Mina, titular desde 2016, segue incontestável na defesa.
Do outro lado do muro da Barra Funda, o São Paulo não parece se arrepender de nenhum centavo gasto até agora em Lucas Pratto, ex-Atlético-MG. O argentino chegou para suprir uma carência no setor ofensivo (deixada pelo compatriota Calleri) e se tornou até capitão da equipe de Rogério Ceni. Junto com Cueva forma a dupla de gringos e principais jogadores do Tricolor paulista. Um dos maiores ídolos recentes do São Paulo, Lugano é mais um do elenco, mas tem seu contrato perto do fim e ainda não sabe se renovará. Os argentinos Chávez e Buffarini são dois que não vivem seus melhores momentos no Morumbi.
Corinthians e Santos, por sua vez, preferiram não investir em gringos protagonistas e sim para ter um elenco mais forte e experiente. No Timão, o turco Kazim se juntou aos paraguaios Balbuena e Romero para formar o grupo que falam outra língua no elenco de Fabio Carille. O colombiano Mendoza treina em separado.
No Peixe, Vladimir Hernández veio da Colômbia e se tornou uma boa opção para a reposição de Dorival Júnior. Já Copetti, titular no ano passado, não repete os bons momentos de 2016 e perdeu a vaga para o principal reforço da temporada, Bruno Henrique. Ainda no elenco santista, os argentinos Noguera e Vecchio foram quase nada utilizados pelo treinador.
FORÇA DOS GRINGOS NO SUL
Como não poderia ser diferente, os clubes do Sul do Brasil apostam sempre em gringos para fortalecer seu plantel, seja com mais raça ou habilidade, os preferidos das equipes da região geralmente falam outra língua. No Grêmio, Lucas Barrios trocou a péssima fase que viveu no Palmeiras para se tornar artilheiro da equipe e cair nas graças da torcida e Renato Gaúcho. Para compor o meio de campo, Gastón Fernández se tornou outra grande opção vestindo a camisa 10 às costas. Beto da Silva, peruano, também foi contratado para o setor ofensivo, que já contava com o equatoriano Miller Bolaños, além do zagueiro Kanneman. Todos aprovados pela torcida tricolor.
Mesmo na disputa da Série B, o Inter reencontrou nos gringos ótimas opções para trazer o time de volta à elite do futebol brasileiro. Ídolo da torcida colorada, D'Alessandro retornou para ser o maestro. Para a defesa, o argentino Victor Cuesta foi contratado. Para o meio, foi o chileno Gutiérrez. No ataque Nico López foi mantido. E assim como no rival, a torcida não tem do que reclamar dos seus gringos.
No Paraná, Atlético-PR e Coritiba não apostaram em gringos fortes para este ano. O Furacão manteve Lucho González, El Comandante, como um de seus principais jogadores.
MINAS GERAIS PORTENHA
Assim como os times do Paraná, os gringos de Cruzeiro e Atlético-MG não são novidades para seus torcedores, mas estão em alta. No Galo, Cazares vive um grande momento, assim como o venezuelano Otero. Na defesa, Erazo já teve mais chances na equipe, mas com Roger Machado não está sendo aproveitado e pode ser negociado em breve.
No Cruzeiro, a bola de vez é Giogian De Arrascaeta. O meia uruguaio é titular e comanda o meio de campo celeste, que ainda conta com grande fase do argentino Ariel Cabral. No ataque, Ramón Ábila segue como opção e marcou o gol da vitória na estreia do nacional, diante do São Paulo. Contratado para esta temporada, o zagueiro equatoriano Caicedo não grandes oportunidades. Completando os gringos do time mineiro, está o argentino Lucas Romero, contratado ano passado do Vélez Sarsfield.
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