Os planos do grupo que adquiriu os direitos internacionais do Brasileirão
Conglomerado responsável por exibir os jogos da competição no exterior tem um histórico de escândalo na Argentina. Grupo terá de 'alavancar' o Brasileiro em casas de apostas
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Ainda que não haja previsão de quando a bola voltará a rolar no Campeonato Brasileiro, as empresas que tentarão dar projeção internacional à competição pelos próximos quatro anos já tiveram seus nomes revelados. A Global Sports Rights Management (GSRM) será a transmissora das partidas, enquanto o consórcio formado pela agência Zeus Sports Marketing e pelo Stats Perform terá a missão de cuidar da transmissão em casas de apostas. Porém, ainda há muita coisa em jogo, literalmente.
Vencedora da licitação dos direitos de transmissão no exterior para TV aberta, TV fechada, pay per view e streaming, a Global Sports Rights Management (GSRM) teria desembolsado US$ 10 milhões (por volta de R$ 52 milhões), de acordo com o site "Máquina do Esporte", para adquirir por quatro anos os direitos de imagem do Brasileirão e da Série B.
Tendo como proprietário Hernán Donnari, que foi executivo da Fox Sports na Argentina, a GSRM ainda conta com a parceria de uma plataforma de streaming que transmite jogos da seleção do Chile no mundo e de investidores de Miami.
Porém, a empresa tem seu passado marcado por uma polêmica: ainda quando adotava o nome de Argentina Sports Rights Management, ela foi acusada de tentar manipular processo para adquirir os direitos do Campeonato Argentino. Diante do escândalo, a agência foi afastada.
Com novo nome, caberá à Global Sports Rights Management detalhar quais são seus planos para dar visibilidade ao Campeonato Brasileiro. A ideia seria de que 75% do valor desembolsado seja destinado à elite do futebol nacional, 20% para clubes da Série B e o restante aos clubes da Série C.
CONSÓRCIO DE FORTE IMPACTO 'ENCAMPARÁ' O BRASILEIRÃO
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A transmissão do Campeonato Brasileiro para sites e casas de apostas do exterior ficará nas mãos de um conglomerado de impacto. Mesmo com a proposta de US$ 15,6 milhões (em torno de R$ 82 milhões), segundo a "Máquina do Esporte", não sendo a maior, a Comissão Nacional de Clubes (CNC) teria valorizado a projeção do conglomerado formado pela agência Zeus Sports Marketing e pela Stats Perform.
Fundada pelos irmãos Nick Haigh e Josh Burack, a agência ZSM tem a seu favor o fato de já ser responsável por estar em eventos de alto nível internacional. O Mundial de Clubes da Fifa, os Jogos Olímpicos e a Premiership Rugby são alguns dos seus clientes.
A Stats, fundada em 1981 com o objetivo de coletar dados esportivos de atletas, ajudará com centro de apostas do Campeonato Brasileiro em tempo real. A empresa também tem uma parceria de quatro anos com a Conmebol e já gerenciou partidas da Copa América, Copa Libertadores, Recopa Sul-Americana e Copa Sul-Americana, além de competições na Europa, como os Campeonatos Inglês, Espanhol e também a MLS - Liga Americana de Futebol.
Como não há obrigatoriedade de investir na promoção do campeonato, o consórcio pôde oferecer um valor superior ao feito para a transmissão de jogos do Campeonato Brasileiro.
ESCALDADOS APÓS 'FIASCO' RECENTE
A venda de direitos internacionais do Campeonato Brasileiro já rendeu fortes dores de cabeça à CBF. Em 2018, a BR Foot Media havia levado a melhor ao propor R$ 550 milhões pelos direitos de comercializar a competição internacionalmente durante os anos de 2019 e 2022. Entretanto, a empresa não cumpriu a promessa de pagar os R$ 100 milhões que seriam repartidos entre os clubes e a entidade suspendeu o acordo (que também daria à BR Foot Mídia a exclusividade de placas de publicidade). Na época, a empresa queixou-se de um desequilíbrio em relação aos contratos feitos com a Rede Globo, que cuida das transmissões para a língua portuguesa.
Às pressas, houve uma nova tentativa de licitação, com o projeto de transmissão de jogos e espaço para placas publicitarias sendo divididos (e vencidos pela Sport/Promotion). Porém, o pedido de inclusão de propriedades extras na assinatura fez a CBF cancelar as vendas para o exterior.
Por isso, mesmo após terem levado a melhor recentemente, tanto a GSRM quanto as empresas designadas para casas de apostas terão de apresentar datas de entrega do projeto e planos de ação aos clubes.
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