Vem da Caixa! Confira quanto cada clube pode receber do banco
Patrocinador, que confirmou recentemente renovação com o Botafogo, investe em premiações para 2017 e aumenta teto em relação ao ano anterior. Confira!
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A Caixa Econômica Federal segue investindo pesado no futebol brasileiro. Nesta sexta-feira, o Botafogo confirmou a extensão do vínculo com o banco estatal e, assim como acontece no patrocínio nos outros clubes, o acordo está condicionado à bonificação por prêmios, especialmente segundo a visibilidade de competições. Até o momento, 15 clubes têm vínculo com o banco, e outros dois estão negociando a prorrogação de contrato.
O gestor de marketing e gestão esportiva, Amir Somoggi, critica a postura do banco estatal no mercado da bola. Confira abaixo!
COM A PALAVRA
'Patrocínios da Caixa atrapalham o futebol brasileiro'
AMIR SOMOGGI
Especialista em Análise Financeira da Academia LANCE!
As notícias que a Caixa intensificou ainda mais o domínio dos patrocínios aos clubes do futebol brasileiro são péssimas para nosso mercado. O banco estatal decidiu praticamente monopolizar os patrocínios nas camisas dos clubes brasileiros, com a justificativa de que isso é bom para sua marca. Lógico que é bom, afinal estamos falando do espaço mais nobre da mídia esportiva brasileira. Mas a questão aqui é outra.
Estes clubes que recebem os valores são devedores contumazes do fisco, tendo sonegado a vida inteira impostos e contribuições sociais. E aí vem a Caixa, banco público, cuja relação de poder com a presidência da república é total e os presenteia com dinheiro público! Um absurdo completo.
Qualquer pessoa sabe que Banco do Brasil e Caixa são completamente diferentes de Itaú, Bradesco e Santander por exemplo. Não há comparação. A Caixa vive em outra realidade, pois tem todas as benesses como recursos do FGTS, acesso a contratos e folhas salariais do governo, etc.
Outra questão são os valores pagos, muito acima do que o setor privado pagaria. Estranho, não? Em uma recessão absurda que vivemos, o banco estatal decide gastar uma fortuna para estar na camisa dos clubes mais importantes do futebol brasileiro.
Inflacionando o mercado, que anda para trás em termos de marketing esportivo. Como esperar que os clubes evoluam, se a Caixa os presenteia com mais dinheiro, que o setor privado não está disposto a gastar. Empresas públicas já mostraram ser absolutamente ineficientes, especialmente na comparação com o alto grau de exigência do setor privado.
Outro aspecto é que uma marca como Caixa dominando as cotas de patrocínio dos clubes simplesmente limita ações de ativação. Além de nunca ter feito nada até hoje com seus patrocinados, é óbvio que estar nas mãos de uma única empresa limita e muito o desenvolvimento de ações complementares para alavancar o patrocínio.
Seria melhor termos marcas diferentes em todos os clubes, cada uma ativando seus patrocínios. O mercado ganharia e muito. Para completar, a Caixa é uma marca que somente se importa com o mercado doméstico, não tem qualquer interesse de internacionalizar seu negócio.
Todos os clubes europeus que cresceram globalmente, o fizeram graças ao apoio de marcas patrocinadoras globais. A Caixa nunca vai fazer nada para ajudar os clubes a conquistarem novos mercados, afinal esse não é seu foco. Enfim, esse quase monopólio da Caixa é absolutamente maléfico para o desenvolvimento do marketing no futebol brasileiro.
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